A socióloga Janja, mulher do presidente eleito Lula (PT), visitou nesta terça-feira (15) o estande de ONGs brasileiras na COP27, conferência do clima da ONU, no Egito. No espaço, ela se encontrou com a cantora Fafá de Belém e com Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte.
Em clima informal, Janja posou com placa dizendo "Essa é a mistura do Brasil com o Egito", uma referência a música do grupo de axé É O Tchan.
No caminho para o estande, chamado de Brazil Climate Action Hub, onde prefeitas também a aguardavam, Janja disse levar uma mensagem "de esperança" com a visita do novo governo à COP27.
Logo após passagem pelo estande, a futura primeira-dama fez uma reunião com lideranças femininas. A Folha apurou que Karen Tanaka, gerente de sustentabilidade da Ambev, organizou o encontro a pedido de Janja.
A conversa envolveu líderes brasileiras da rede Mulheres Sustentáveis, que tem mais de 250 integrantes. Uma das lideranças é Denise Hills, executiva de sustentabilidade da Natura, que já atuou no Itaú. Marina Grossi, presidente do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), também participou, assim como a deputada federal Áurea Carolina (PSOL-MG).
Na saída, mulheres que participaram do encontro disseram que Janja quer priorizar a questão ambiental nas grandes metrópoles e que vai montar uma agenda para esses aspectos com a participação dessa rede.
A presença da esposa de Lula na COP era esperada desde a manhã (no horário local), mas a passagem dela pelo pavilhão acabou adiada para horas depois, para perto das 15h (10h pelo horário de Brasília). Ao mesmo tempo, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, discursava na plenária.
Durante a visita de Janja, o espaço do estande e os corredores do entorno ficaram cheios de brasileiros. Ela, no entanto, foi breve em fala à imprensa.
Disse estar muito feliz por participar da COP pela primeira vez. "Eu estou com muita expectativa. Amanhã a gente tem duas agendas importantes aqui", afirmou, em referência ao discurso que Lula deve fazer no espaço da ONU e ao evento de que o petista participa ao lado dos governadores da Amazônia.
"É muito importante a gente voltar a ver o Brasil no centro do mundo, com protagonismo na questão do meio ambiente e do clima, principalmente", afirmou também.
Janja, ao lado de Lula, chegou ao balneário de Sharm el-Sheikh, onde ocorre a COP27, na noite desta segunda-feira (14; madrugada de terça-feira, 15, no Egito) a bordo de um avião do empresário José Seripieri Junior, fundador da Qualicorp e dono da Qsaúde.
Lula vai se encontrar nesta terça-feira (15) com o enviado especial do clima dos Estados Unidos, John Kerry. A reunião a portas fechadas deve acontecer no final do dia, no horário local.
Segundo a assessoria de Lula, ele fará também nesta terça reunião com Xie Zhenhua, enviado do clima da China, e falará ao telefone com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi. Um encontro com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, também está entre os planos.
No Twitter, a conta oficial de Lula compartilhou ainda uma foto dele com Marina Silva, deputada federal eleita (Rede-SP) e ex-ministra do Meio Ambiente, um dos nomes mais cotados para o cargo no novo governo. "O Brasil voltará a ser referência na questão climática mundial", escreveu.
O convite a Lula para participar da COP27 partiu do governador reeleito do Pará Helder Barbalho (MDB) e também do presidente Sisi —a hospedagem no balneário onde é realizada a conferência está a cargo do governo egípcio, diz a assessoria do petista. A Folha apurou que ele está em um hotel resort.
A agenda oficial de Lula na conferência começa, porém, apenas nesta quarta (16), com um evento ao lado dos governadores da Amazônia, seguido de um pronunciamento na área da ONU.
No dia seguinte, ele se encontra com representantes da sociedade civil brasileira e participa do Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.
A repórter Jéssica Maes viajou a Sharm el-Sheikh, no Egito, a convite do Instituto Clima e Sociedade (iCS).
O projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations.
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