Lula terá reunião privada com Kerry e enviado da China na COP27 nesta terça

Encontro será a portas fechadas; agenda oficial começa na quarta em Sharm el-Sheikh, onde o presidente eleito se hospeda a convite do governo egípcio

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Sharm el-Sheikh (Egito)

No Egito para participar da COP27, a conferência do clima das Nações Unidas, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se encontrar nesta terça-feira (15) com o enviado especial do clima dos Estados Unidos, John Kerry. A reunião a portas fechadas deve acontecer no final do dia, no horário local.

Segundo a assessoria de Lula, ele fará também nesta terça reunião com Xie Zhenhua, enviado do clima da China, e falará ao telefone com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi. Um encontro com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, também está entre os planos.

O convite a Lula para participar da COP27 partiu do governador reeleito do Pará Helder Barbalho (MDB) e também do presidente Sisi —a hospedagem no balneário onde é realizada a conferência está a cargo do governo egípcio, diz a assessoria do petista. A Folha apurou que ele está em um hotel resort.

No Twitter, a conta oficial de Lula compartilhou ainda uma foto dele com Marina Silva, deputada federal eleita (Rede-SP) e ex-ministra do Meio Ambiente, um dos nomes mais cotados para o cargo no novo governo. "O Brasil voltará a ser referência na questão climática mundial", escreveu.

A agenda oficial de Lula na conferência começa, porém, apenas nesta quarta (16), com um evento ao lado dos governadores da Amazônia, seguido de um pronunciamento na área da ONU. No dia seguinte, ele se encontra com representantes da sociedade civil brasileira e participa do Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.

O presidente eleito chegou ao balneário de Sharm el-Sheikh na noite desta segunda-feira (14; madrugada de terça-feira, 15, no Egito) a bordo de um avião do empresário José Seripieri Junior, fundador da Qualicorp e dono da Qsaúde. Na sua comitiva, entre outros, está Janja, sua esposa, que nesta terça fez visita ao estande de ONGs brasileiras na COP e se reuniu com lideranças femininas.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista à imprensa, em São Paulo - Danilo Verpa - 24.out.2022/Folhapress

Em meio a expectativas crescentes sobre o que o petista deve apresentar na conferência, organizações socioambientais do Brasil e de fora esperam e também sugerem novos compromissos que ele poderia trazer à COP.

Além promessa feita em campanha de zerar o desmatamento na Amazônia —que provavelmente será reforçado—, alguns anúncios poderiam ser feitos com maior facilidade, sem comprometer a construção do governo. Entre eles está a possibilidade de comunicar que pretende levar a COP para o Brasil em 2025.

A presidência da COP do Clima tem rotatividade regional e volta a ser de um país latino-americano em 2025. A conferência teria acontecido no Brasil em 2019, mas foi cancelada por Bolsonaro ainda em 2018, logo após sua eleição.

Kerry discursa em um microfone
John Kerry, enviado especial do clima dos EUA, em apresentação do plano de créditos de carbono na COP27 nesta quarta (9) - Ahmad Gharabli/AFP

Parte das organizações brasileiras também espera ouvir de Lula um compromisso de corrigir a meta climática brasileira no Acordo de Paris, que sofreu uma "pedalada climática" durante o governo Bolsonaro, com uma atualização que, na prática, reduz o compromisso com o clima.

Ainda assim, a grande questão que fervilha nos corredores entre os três pavilhões brasileiros na COP é a do nome que comandará o Ministério do Meio Ambiente do terceiro governo Lula.

Os nomes que são tidos como os mais cotados —das ex-ministras Marina Silva (Rede-SP) e Izabella Teixeira, e do senador Randolfe Rodrigues (Rede)— para ocupante do cargo estão, inclusive, na conferência do clima, o que traz ainda mais eco para a possibilidade de um anúncio.

A presença de Lula na COP27 termina na sexta-feira (18), quando irá para Portugal.

A repórter viajou a Sharm el-Sheikh, no Egito, a convite do Instituto Clima e Sociedade (iCS).

O projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations

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