Descrição de chapéu Planeta em Transe G20 g8

Em discurso no G20, Lula volta a cobrar países ricos por recursos para o clima

Na abertura do evento, o premiê indiano, Narendra Modi, anunciou que a União Africana será membro do grupo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Nova Déli (Índia)

Em discurso na abertura da Cúpula do G20, em Déli, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar que os países ricos cumpram suas promessas de recursos para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e ressaltou a necessidade de promover o desenvolvimento ao mesmo tempo em que se protege o meio ambiente.

"Desde a COP de Copenhague, os países ricos deveriam prover US$ 100 bilhões em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida", disse o presidente brasileiro, após fazer gestos para o anfitrião indiano e os russos, mencionando a missão da Índia que pousou na Lua na semana passada e o astronauta russo Yuri Gagárin.

"Recursos não faltam. Ano passado, o mundo gastou US$ 2,24 trilhões em armas. Essa montanha de dinheiro poderia estar sendo canalizada para o desenvolvimento sustentável e a ação climática."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante chegada em Nova Déli, na Índia, para participação na cúpula do G20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante chegada em Nova Déli, na Índia, para participação na cúpula do G20 - Ricardo Stuckert/Presidência da República

Lula chegou ao evento acompanhado pela primeira-dama, Janja Lula da Silva —uma das únicas primeiras-damas a comparecer.

O governo brasileiro resiste à tendência de países ricos de concentrar o financiamento em países muito pobres ou ilhas que sofrem de forma mais aguda as mudanças climáticas. Eles querem que parte desses recursos seja direcionados a países emergentes e de renda média, como o Brasil. Também insistem para que os recursos não se restrinjam a ação de mitigação do aquecimento global, mas, também, para medidas de estímulo ao desenvolvimento.

"Queremos chegar na COP30, em 2025 [em Belém], com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas."

Em sua fala, Lula também listou avanços na política ambiental, como a redução de 48% no desmatamento em relação ao mesmo período do ano passado.

E disse que o Brasil, na presidência do G20, irá propor uma força tarefa para mobilização global contra a mudança do clima.

No discurso de abertura, o premiê indiano, Narendra Modi, anunciou que a União Africana será membro do G20. A entrada da UA tinha apoio do Brasil, que também criticava o peso excessivo de países europeus no grupo.

Na cúpula, os únicos discursos transmitidos serão os do primeiro-ministro indiano. Na cidade, em todo quarteirão há um outdoor ou placa com foto de Modi e lemas de seu governo —a oposição indiana acusa o líder do partido BJP de usar o G20 para fazer campanha eleitoral. O país terá eleições gerais no ano que vem.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.