A Polônia planeja estabelecer uma data para o fim da energia vinda do carvão, anunciou na segunda-feira (15) a secretária de Estado para o Clima, Urszula Zielinska. A decisão representa uma mudança em relação à posição do governo anterior sobre a crise climática.
As eleições polonesas de outubro de 2023 encerraram oito anos de governo do partido Lei e Justiça (PiS, na sigla em polonês) e deram lugar a um novo governo que, segundo Zielinska, está aumentando os esforços ambientais, incluindo uma data para exclusão gradual do carvão.
"Apenas com uma data limite podemos nos planejar e apenas com uma data limite a indústria pode planejar, as pessoas podem planejar. Então sim, com certeza, tentaremos estabelecer uma data limite", disse ela à imprensa em Bruxelas.
A Polônia obtém cerca de 70% de sua energia do carvão, o combustível fóssil que mais emite CO2, embora nos últimos anos a geração eólica e solar tenham aumentado.
O governo anterior fez um acordo com os sindicatos para continuar extraindo carvão até 2049. Mas os cientistas afirmam que é necessário reduzir drasticamente as emissões provenientes da queima de carvão nesta década para evitar os efeitos mais graves da mudança climática.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, instou todos os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a eliminar progressivamente o carvão até 2030.
Os comentários de Zielinska marcam uma mudança de tom da Polônia, que se opôs a certas medidas ambientais da União Europeia. Varsóvia levou Bruxelas aos tribunais no ano passado para tentar anular as políticas climáticas da UE, incluindo a proibição, até 2035, de novos carros que emitem CO2.
Zielinska disse que Varsóvia também está disposta a aceitar a meta de reduzir as emissões da UE em 90% até 2040 e pressionará para que seu impacto na sociedade seja levado em consideração.
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