Descrição de chapéu Mangues Amazônicos

Série da Folha destaca importância da preservação dos mangues amazônicos

Comunidades tradicionais dedicadas à pesca do caranguejo têm papel fundamental na conservação da maior extensão de manguezal do planeta

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São Paulo

Os manguezais amazônicos são os mais extensos e bem preservados do mundo. Tal conservação se deve, principalmente, à cobertura florestal que recobre o entorno das áreas estuarinas.

Como consequência, menos de 1% de toda a sua extensão, que é cerca de 7.800 km2, sofreu devastação nos últimos anos. A cobertura florestal corresponde a mais de 92% desse ecossistema menos conhecido da amazônia.

Mas há também, para a manutenção desses locais, um papel fundamental das comunidades tradicionais, uma vez que elas dependem dos animais que ali habitam para a sua alimentação e sua fonte de renda.

Manguezal próximo ao Quilombo de Mangueiras, comunidade na qual os mangues amazônicos são fundamentais para subsistência dos moradores
Manguezal próximo ao Quilombo de Mangueiras, no Pará, comunidade na qual os mangues amazônicos são fundamentais para subsistência dos moradores - Giovanna Stael/Folhapress

A Folha publica a partir deste domingo (31) a série de reportagens Mangues Amazônicos, que vai mostrar, em textos, fotos e vídeos, como as comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas são fundamentais para a resiliência deste ecossistema e da sua espécie mais emblemática, o caranguejo.

O trabalho tem apoio do Rainforest Journalism Fund do Pulitzer Center.

Devido a essa relação intrínseca entre homem e natureza, a região da costa amazônica, dos estados do Amapá ao Maranhão, possui um elevado número de Resex (reservas extrativistas) marinhas. As localidades, porém, convivem com diferentes pressões.

A Resex de Caeté-Taperaçu, próxima ao município de Bragança, no Pará, por exemplo, tem sido impactada pelo grande número de embarcações estrangeiras e pela pesca predatória, que ameaçam os estoques pesqueiros e até mesmo a recuperação do ecossistema estuarino.

Já na Resex de Soure, na Ilha do Marajó, também no Pará, comunidades quilombolas lutam pela demarcação de terras e reconhecimento de sua importância. Os moradores do lugar, que concentra árvores de mangue com mais de 40 metros de altura, dizem que plantações de arroz e a criação de búfalos ameaçam a sua subsistência.

A série, com base em entrevistas com populações tradicionais, cientistas e órgãos ligados à preservação do meio ambiente, contará também como a região está no centro das discussões sobre a nova fronteira petrolífera almejada pela Petrobras e pela área de energia do governo Lula (PT), a bacia Foz do Amazonas, na chamada margem equatorial.

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