Descrição de chapéu Planeta em Transe petrobras

Petrobras realiza expedição científica na margem equatorial

Empresa vem enfrentando resistências para explorar petróleo na região

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Rio de Janeiro

Em meio a um embate sobre a exploração de petróleo na chamada margem equatorial brasileira, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira (1º) uma expedição científica para pesquisar a região, que vai do litoral do Rio Grande do Norte até o Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa.

O objetivo principal, diz a estatal, é aprofundar estudos sobre a geologia marinha da região, "a nova e mais promissora fronteira exploratória em água profundas", para subsidiar futuros programas ambientais na área.

Vista aérea de encontro de águas com área verde do parque
Parque Nacional do Cabo Orange, na costa do Amapá, em foto de 2016 - Victor Moriyama/Greenpeace

A exploração de petróleo na margem equatorial enfrenta resistência da área ambiental do governo, que já negou licenças para a perfuração de poços no Amapá e no Maranhão. O setor de petróleo defende que a atividade é fundamental para manter a produção de petróleo brasileira após o esgotamento do pré-sal.

O bloco 59 da bacia Foz do Amazonas é o principal alvo da Petrobras na margem equatorial.

Esta é a segunda expedição da estatal na margem equatorial. O trabalho conta com 28 cientistas de 12 universidades e instituições de pesquisa, 10 delas da região nordeste. Foi iniciado no sábado (30), com o uso do navio de pesquisa Vital de Oliveira, da Marinha.

"Vamos intensificar os estudos [sobre a região] e atualizar dados", disse, em nota, o presidente da estatal, Jean Paul Prates. "Futuramente aplicaremos tecnologias que foram usadas na bacia de Santos, como inteligência artificial, drones e sensoriamento remoto para produzir conhecimento desse ambiente."

"Grande parte do conhecimento que temos hoje sobre os ecossistemas marinhos das bacias de Campos e de Santos foram viabilizados pela Petrobras", completou o diretor de engenharia, tecnologia e inovação da Petrobras, Carlos Travassos. "Queremos fazer o mesmo na margem equatorial."

Os estudos compreendem a coleta de materiais entre 130 e 800 metros de profundidade, a cerca de 150 quilômetros da costa, na porção marítima do Amapá.

Segundo a Petrobras, o navio Vital de Oliveira é capaz de mapear dados da atmosfera, oceano, solo e subsolo marinhos e já realizou 85 viagens na costa brasileira. Tem capacidade para até 90 militares e 40 pesquisadores.

No início deste ano, a Petrobras perfurou seu primeiro poço exploratório na margem equatorial após negativa da licença para operação no Amapá. O poço foi perfurado no litoral do Rio Grande do Norte, área em que a atividade petrolífera é mais consolidada.

Em janeiro, a empresa informou que encontrou indícios de petróleo nesse poço, mas que ainda não era possível atestar a viabilidade da produção. Um novo poço seria perfurado na área para aprofundar os estudos.

Nesta segunda, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender a exploração de petróleo na região.

"O Brasil precisa conhecer as suas potencialidades e, caso as reservas de petróleo e gás natural no Amapá sejam confirmadas, definir a utilização desses recursos para proteger a floresta Amazônica e financiar a transição energética. Sem saber o que temos, não podemos fazer nada", afirmou.

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