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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Golpista demais se atrapalha

Brasil adota o cambalacho como nova identidade nacional

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Aviso aos internautas: há um novo golpe, de simples funcionamento, envolvendo nudes. Homens recebem fotos e depois passam a sofrer chantagem e extorsão, para que não sejam denunciados por pedofilia. Uma única quadrilha movimentou mais de R$ 5 milhões, fazendo vítimas em todo o país. É outra das bem-sucedidas vigarices virtuais que substituíram os contos do vigário aplicados nas ruas.

O Brasil não tem a exclusividade do cambalacho, mas ocupa atualmente um lugar de vanguarda e experimentação. É como se tivéssemos abandonado antigos comportamentos de nossa identidade caseira — o jeitinho, a carteirada, a cervejinha do guarda — para passar à condição de golpistas de fama internacional. A prova foi a prisão nos Estados Unidos de uma mulher que se dizia guru espiritual e namorada de Leonardo DiCaprio; na verdade, ela comandava uma rede de prostituição.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fazem protesto antidemocrático contra o resultado das eleições, em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília - Pedro Ladeira - 15.nov.22/Folhapress

Na política já ganhamos a Copa, exportando táticas usadas mundo afora. Toleramos um presidente —se é que se pode chamar assim um charlatão — que passou quatro anos atuando fora das quatro linhas, para usar uma expressão do seu agrado, e tramando para se tornar um ditador de republiqueta. Não conseguiu, perdeu nas urnas, mas não quer largar o osso. A fim de não se comprometer, age em silêncio covarde para incentivar "manifestações" — como os atos antidemocráticos e violentos são chamados na lógica da velhacaria.

Não se pode dizer que falta diversidade ao bando. Reúne deputados, generais, empresários, exploradores da fé, policiais, advogados de porta de cadeia, desembargadores de pijama, milicianos e terroristas a soldo, influencers, doidos varridos e um ministro do TCU.

Até o presidente do partido que elegeu a maior bancada do Congresso pediu a anulação de milhões de votos sem apresentar provas. Levou uma invertida: multa de quase R$ 23 milhões e bloqueio do fundo partidário. Golpista demais se atrapalha.

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