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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Caminho para Ciro Gomes pode ficar ainda mais estreito até eleição

Máquina do governo e fantasma do voto útil devem concentrar ainda mais a disputa Lula-Bolsonaro

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Ciro Gomes (PDT) recauchutou um discurso de oposição a Lula e Jair Bolsonaro para lançar sua quarta candidatura ao Palácio do Planalto. Primeiro, o pedetista tentou igualar os dois adversários. Ele reconheceu que a dupla tem diferenças ideológicas, mas argumentou que o petista e o atual presidente, "na essência, praticam o mesmo modelo". Depois, vendeu o próprio peixe: "Eu procuro ser completamente diferente".

O problema do candidato é que o eleitor não anda muito interessado no produto. Ciro ainda luta para romper a barreira dos 10% das intenções de voto num momento em que o embate direto entre os dois líderes da corrida presidencial tende a ficar ainda mais sólido.

Com a ajuda da máquina do governo, Bolsonaro tem a chance de cimentar seus próprios votos, avançar sobre uma fatia dos indecisos e até recuperar alguns eleitores que flertavam com seus concorrentes. A má notícia para Ciro é que ele dependia de muitos desses grupos para encontrar um espaço na disputa.

Do outro lado, uma subida de Bolsonaro nas pesquisas pode fortalecer Lula como principal opositor do presidente. Até outubro, o candidato do PT vai se apresentar como o nome mais competitivo para tirar o capitão do poder.

Uma das prioridades de Ciro é evitar que Lula consolide essa imagem ainda mais. Na convenção do PDT, ele disse que a população não deve tentar "corrigir o erro" da disputa de 2018 "com sinal invertido".

Os obstáculos de Ciro podem aumentar, não apenas porque haverá menos votos disponíveis, mas também porque ele corre o risco de perder uma parte dos eleitores que estão com ele até agora.

O fantasma do voto útil assombra a candidatura de Ciro. Embora ele se equilibre no polo oposto de uma falsa simetria entre Lula e Bolsonaro, a rejeição de seus eleitores ao atual presidente (76%) é muito maior do que o percentual que se recusa a votar em Lula (39%). Manter os próprios votos já será um desafio e tanto para o pedetista.

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