Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bolsonaro transforma voto evangélico em batalha pela alma do eleitor

Presidente agora diz que salvação do espírito depende de comportamento na campanha eleitoral

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Em pouco mais de 24 horas, Jair Bolsonaro mandou o mesmo recado para duas plateias diferentes da Assembleia de Deus. Depois de fazer sua conhecida pregação contra a esquerda, o presidente afirmou a pastores e fiéis no Maranhão e em Minas Gerais que a salvação de seus espíritos depende do comportamento de cada um deles na campanha eleitoral.

"No dia do ponto final, nós temos um currículo para ser apresentado. Esse currículo são nossas ações ao longo de toda a vida, bem como as nossas omissões. Quem se abstém, quem diz 'eu não quero nem esse nem aquele' está errando também", disse Bolsonaro em Vitória do Mearim (MA), na quinta-feira (14). "Esse currículo é o que vai nos dizer se teremos ou não a sonhada vida eterna."

O presidente tenta acrescentar uma nova camada à briga pelo voto evangélico. Bolsonaro costuma fazer ofertas concretas aos fiéis, como ações relacionados à política de drogas ou ao aborto. Agora, ele cobra apoio desse grupo como uma espécie de imperativo espiritual.

A batalha pela alma faz parte de um esforço de Bolsonaro para distrair esse eleitor do mau desempenho de seu governo no plano material. "A pandemia passa, como está passando, graças a Deus. Os problemas econômicos, a gente vai resolvendo", afirmou, depois de pedir ajuda aos fiéis para derrotar Lula.

O temor do presidente é que, frustrada com o governo, uma fatia do eleitorado evangélico perca o entusiasmo por sua candidatura e não se engaje numa campanha contra o PT.

Bolsonaro reforçou o roteiro do juízo final na sexta-feira (15). Num encontro de pastores em Juiz de Fora (MG), o presidente criticou a esquerda e, apontando para o alto, destacou que todos serão julgados por ações e omissões durante a vida.

"Muitas vezes você pode fazer alguma coisa e lava as mãos. Está na Bíblia o que aconteceu com Jesus", comparou. "Por vezes, no Brasil, nós passamos por momentos onde as mãos de todos nós decidem o futuro de uma pátria, se vocês querem que esse povo continue livre ou não."

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