Siga a folha

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Descrição de chapéu petrobras Governo Lula

Ministro trata conflito pela Petrobras como campanha aberta de oposição

Alexandre Silveira encontrou forma de disputar poder falando o que Lula quer ouvir

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Alexandre Silveira levantou fervura numa briga que anda em banho-maria desde o início do governo. O ministro de Minas e Energia tem conflitos notórios sobre os rumos da Petrobras com o presidente da empresa, Jean Paul Prates. O chefe da pasta decidiu tratar a desavença como uma campanha aberta de oposição.

Silveira se sentou para uma entrevista à Folha sem disposição para disfarçar seu desapreço. Perguntado se Prates tem qualidades necessárias para conduzir a companhia, o ministro respondeu que não rotularia ninguém. Depois, foi incapaz de mentir sobre o que pensa do colega: "A avaliação da gestão do presidente da Petrobras eu deixo a cargo do presidente da República".

Na conversa, o ministro culpou o chefe da Petrobras pela tensão na distribuição dos dividendos da empresa. Sem sutileza, sugeriu que o problema teria sido evitado caso Prates fizesse o que ele (Silveira) quer. "Se o presidente da empresa, naquele momento, tivesse votado com o conselho, não teria tido barulho."

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante entrevista à Folha em seu gabinete - Pedro Ladeira/Folhapress

O ministro está no cargo por indicação do presidente do Senado e se aliou ao chefe da Casa Civil, mas algo mais explica a desenvoltura com que ele desfere suas pancadas. Silveira bate em Prates porque encontrou uma maneira de disputar poder falando o que Lula quer ouvir.

Com uma carreira política que o aproximou de José Alencar e Aécio Neves, o ministro é hoje um crítico vocal de "lucros exorbitantes" na Petrobras. Em outras áreas, liderou a tentativa de emplacar Guido Mantega na chefia da Vale, defende a revisão de cláusulas da privatização da Eletrobras e ensaiou uma dobradinha com Guilherme Boulos para emparedar a Enel em São Paulo.

Lula deixa o confronto entre Silveira e Prates correr solto. O presidente entende que mudanças na empresa dependem mesmo de alguns solavancos. O problema é quando os choques travam ou aumentam a incerteza sobre políticas estratégicas da companhia. Silveira dá todas as indicações de que só ficará satisfeito quando derrubar Prates.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas