Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário
Índice mede prosperidade inclusiva nas cidades
Zurique, na Suíça, lidera o ranking; Brasília, 91ª, é a brasileira mais bem colocada
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Prosperidade inclusiva pode ser definida como uma medida de produtividade econômica, que reflete a capacidade de todos os setores da sociedade em contribuir para a economia compartilhando seus benefícios e levando as cidades a ter êxito econômico e social. É um conceito multidimensional envolvendo fatores espaciais, sociais e econômicos.
Embora o sucesso das cidades seja impulsionado pela atração de talentos, ele só pode ser sustentável em um ambiente inclusivo, que responda às expectativas dos cidadãos, nutra as habilidades das pessoas e crie oportunidades de negócios para todos os residentes urbanos.
A existência de um índice que possa medir a prosperidade inclusiva possibilita a identificação de políticas e práticas funcionais, permite a análise comparativa entre cidades e o monitoramento de seu progresso ou retrocesso.
O índice, elaborado pela D&L Partners, empresa de consultoria especializada em estratégias globais, teve seu primeiro relatório, o Inclusive Prosperity Cities Index (ICI), publicado em novembro de 2019. Ele reflete um estudo que envolveu 112 cidades, distribuídas pelos cinco continentes: 50 na Europa, 25 na Ásia, 12 na América do Norte, 10 na América Latina, 9 no Oriente Médio, 3 na Oceania e 3 na África.
O índice foi estruturado sobre três pilares principais: prosperidade, inclusão social e inclusão espacial. No item “prosperidade”, foram incluídos dados relacionados a renda e sua distribuição, além do acesso a oportunidades que possam afetar ganhos atuais e futuros. O segundo pilar trata de questões relacionadas ao bem-estar de diferentes grupos sociais e seu engajamento na sociedade. A “inclusão espacial” está relacionada com infraestrutura e serviços nas cidades, como transportes, acessibilidade à moradia etc.
Foi considerada também a interconexão entre esses pilares, pois o bom desempenho de um deles pode influenciar positivamente os outros. Por exemplo, a melhora da acessibilidade à moradia, melhora o bem-estar referente à inclusão espacial, que pode levar a uma melhor inclusão econômica. Igualdade de gênero, que melhora a inclusão social, pode levar, da mesma forma, a uma melhora na inclusão econômica, uma vez que reduz as diferenças de gênero no emprego.
As variáveis relevantes consideradas em cada um desses pilares envolveram renda per capita, segurança pessoal, acesso à educação, internet e saúde, qualidade de vida e qualidade ambiental. Os dados foram coletados em publicações oriundas de instituições internacionais como ONU, OCDE, World Bank e Unesco, entre outras.
A criação de um índice para cada pilar e, consequentemente, um índice global, requer a atribuição de pesos diferenciados para as diferentes dimensões. Para isso, foram realizadas pesquisas em diversas localidades, com o objetivo de captar a opinião das pessoas sobre os elementos mais importantes para que se alcance a inclusão.
No ranking de índices globais, ocupam as três primeiras posições, pela ordem, Zurique, na Suíça, Viena, na Áustria, e Copenhague, na Dinamarca.
Das 20 cidades mais bem colocadas, 15 estão na Europa, 4 na América do Norte e 1 na Ásia.
As dez mais bem colocadas em mercados emergentes foram São Petersburgo (50ª), Bucareste (53ª), Moscou (59ª), Zagreb (69ª), Sofia (72ª), Montevidéu (76ª), Buenos Aires (78ª), Istambul (79ª), Belgrado (80ª) e Bancoc (81ª). A cidade brasileira com melhor colocação foi Brasília, na 91ª posição, seguida por São Paulo (94ª) e Rio de Janeiro (106ª).
Futuros avanços na estruturação desse índice deverão incluir tópicos como segregação espacial, medidas de interação social, tempo diário com viagens e percentual de famílias proprietárias de suas unidades residenciais. O aprimoramento e a continuidade da publicação desses índices devem transformá-los em ferramenta importante para a melhoria da qualidade de vida nas cidades.
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