Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Preparando cidadãos para viver nas cidades inteligentes

Habitantes desses locais deverão ter familiaridade com tecnologia

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A incrível evolução tecnológica associada à necessidade de melhorar a operação e a vida nas cidades formam, juntas, a base do surgimento das cidades inteligentes. Mas, como essa nova ambiência digital pode influenciar na criação de cidadãos inteligentes capazes de utilizar de forma eficiente essa tecnologia?

Os cidadãos inteligentes deverão compor uma população que tenha acesso e familiaridade com as tecnologias que farão parte do cotidiano. Não podemos assumir que o tempo se encarregará de preparar essas pessoas para esse futuro nada distante; ao contrário, esse conhecimento tecnológico deve fazer parte da educação e da formação dos jovens nas escolas e fora delas. Essa ideia começa a ganhar corpo em vários países do mundo.

O governo irlandês estuda implantar o estudo computacional nas escolas primárias, e incluir a ciência da computação como requerimento para graduação no ensino fundamental.

Panorama de Hong Kong, na China
Panorama de Hong Kong, na China - Navesh Chitrakar/Reuters

Na Hungria, um programa educacional está levando impressoras 3D para as escolas, com o objetivo de treinar as crianças a compreender as aplicações que podem ser utilizadas no dia a dia.

Em Israel, na Inglaterra e em algumas cidades japonesas, crianças a partir de cinco anos de idade começam a ter aulas de computação, objetivando ajudá-las a pensar logicamente e com criatividade, preparando-as para um futuro que vai depender cada vez mais da tecnologia.

Segundo Andreas Schleicher, diretor da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os estudantes que não tiverem a capacidade de navegar pela complexa ambiência digital, não serão capazes de participar plenamente da vida econômica, social e cultural que os envolve.

Contudo, nem só as crianças necessitam estar preparadas para esse novo mundo. Existem propostas, nos países nórdicos no sentido de ampliar a obrigatoriedade educacional para abranger o treinamento de adultos, objetivando capacitá-los a lidar com os desafios impostos pela globalização, digitalização e avanços tecnológicos. A combinação das rápidas mudanças tecnológicas, com a clara tendência de aposentadorias em idades mais avançadas, segundo os especialistas, aumenta a necessidade de novas abordagens na área da educação.

Não estamos falando apenas em instalar interfaces digitais na infraestrutura tradicional e simplificar as operações nas cidades inteligentes, mas usar a tecnologia e, principalmente, as informações e os dados para tomar as melhores decisões e proporcionar uma vida melhor aos cidadãos. Dessa forma, as pessoas precisam estar plenamente conscientes dos níveis e do tráfego de informações por elas disponibilizadas no ecossistema urbano digital. Os cidadãos inteligentes precisam estar preparados para lidar adequadamente com o trânsito de seus dados pessoais por esse complexo sistema e, para isso, treinamentos formais devem ser oferecidos pelo poder público.

Por outro lado, não se pode esquecer que o conceito de cidadãos inteligentes deve incluir, também, a predisposição em ter uma vida que envolva compreensão social, diversidade, criatividade e mente aberta para uma participação cooperativa na vida pública. Também, não se pode negligenciar esse tipo de formação.

O mundo está mudando rapidamente e as habilidades necessárias para o futuro são diferentes daquelas sobre as quais hoje temos domínio. Para se manterem competitivas, as cidades inteligentes devem assegurar que seus cidadãos tenham acesso às novas ferramentas tecnológicas e digitais e saibam exatamente como utilizá-las da melhor forma.

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