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Jornalista especializado na cobertura de esportes olímpicos. Foi repórter e editor de Esporte da Folha e cobriu os Jogos de Tóquio

Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Olimpíadas das mulheres coroam gerações de brasileiras brilhantes

Talentos excepcionais e investimento estão por trás do protagonismo feminino do Brasil em Paris

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Marta, 38, Rebeca, 25, Rayssa, 16.

Três das atletas mais populares do Brasil, ícones de diferentes gerações, sairão de Paris com medalhas. A adolescente Rayssa já tem duas na carreira. Rebeca, no auge, chegou a seis. Para Marta, ainda falta saber a cor da terceira na provável despedida.

Nos Jogos marcados pela (quase) igualdade de gênero no número geral de atletas e com maioria feminina na delegação brasileira, as medalhas do país têm domínio absoluto das mulheres. Das 15 conquistas já garantidas, 10 vieram pelos pés e mãos delas.

É emblemático que Marta, suspensa por duas partidas depois de ter sido expulsa ainda na fase de grupos, tenha ganhado a chance de se despedir dos Jogos Olímpicos no pódio 16 anos depois de ter subido nele pela última vez. Chance que veio graças ao desempenho coletivo de atletas que se inspiram na ídolo, mas que cada vez mais ganham luz própria e agora retribuem as portas abertas por ela.

Além de legado, a jornada de redenção da seleção feminina de futebol em busca do inédito ouro envolve principalmente o futuro do país que vai sediar a Copa do Mundo em 2027. Não se pode desperdiçar esse momento para romper de vez com o atraso que marcou a história da modalidade por aqui.

Romper com o atraso, aliás, é a constante das mulheres no esporte. E melhoramos. O país de Maria Lenk, Maria Esther Bueno e Aída dos Santos, pioneiras e raras, hoje celebra muitos nomes históricos em suas modalidades. Em Paris, além do trio citado no começo da coluna, vimos e ainda veremos personagens de currículos preciosos.

Marta, Rebeca e Rayssa: três gerações vitoriosas de brasileiras olímpicas - Reuters e Folhapress

Ana Marcela Cunha, campeã olímpica e dona de 17 medalhas em campeonatos mundiais na maratona aquática, compete nesta quinta (8).

No judô, Rafaela Silva, campeã olímpica e bicampeã mundial, foi determinante para o inédito bronze por equipes. Mayra Aguiar, três vezes medalhista olímpica e tricampeã mundial, desta vez passou em branco. Beatriz Souza, a nova medalhista de ouro, tem tudo para ampliar o legado vitorioso de ambas.

No vôlei, Thaisa busca o tricampeonato olímpico na seleção liderada por Gabi, mundialmente admirada e um dos maiores talentos que o Brasil produziu nesse esporte.

Fora do pódio nas águas francesas, as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze são bicampeãs olímpicas com muitos mares para explorar.

Além de talentos excepcionais, o que mais explica o protagonismo feminino do país nos Jogos de Paris? Fiz essa pergunta para Mariana Mello, subchefe de missão do Comitê Olímpico do Brasil na capital francesa.

Ela diz que, desde o ciclo para a Rio-2016, o COB faz investimentos específicos nas atletas, que envolvem tanto recursos financeiros como atenção na área médica. Entender mais sobre ginecologia esportiva e a biomecânica da mulher em cada esporte, por exemplo, são diferenciais no alto rendimento.

Não que os homens não recebam essa atenção, explica Mariana, que também é gerente de planejamento e desempenho esportivo do comitê. "Mas temos um olhar diferenciado para a mulher, em vez de olhar atletas de uma única forma."

Como o crescimento da participação feminina nos Jogos foi lento e gradual ao longo das décadas, o mais comum era os países desprezarem esse olhar especializado.

Hoje é o básico a ser feito e, pensando em quadro de medalhas, uma janela de oportunidade que tem sido aproveitada pelo Brasil. Para Mariana, o futuro também pode ser animador nesse aspecto. "Quando aparecem exemplos concretos de mulheres vencedoras, outras mais novas se inspiram. A gente já começa a ver isso aparecendo agora."

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