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Jornalista e comentarista de política

Mais dinheiro no cofrinho

Enquanto olhamos para a guerra, partidos trabalham para triplicar valor do fundo eleitoral

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O mundo atemorizado com o Oriente Médio e por aqui suas altezas parlamentares quedam-se empenhadas em como solapar o Orçamento da União para financiar a eleição de prefeitos e vereadores no ano que vem.

Enquanto olhamos para o horror, os partidos aproveitam o momento de desatenção para o que se passa no Congresso Nacional para tocar adiante a ideia de triplicar o montante do fundo eleitoral em relação ao que receberam em 2022 —em muitos casos com mau uso que, depois, para todos se pede anistia.

Sessão plenária na Câmara dos Deputados, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress - Folhapress

No último pleito municipal foram R$ 2 bilhões, algo já exorbitante quando se trata da transferência de dinheiro público para associações de direito privado que deveriam buscar formas lícitas de se sustentar. Pois agora pretendem obter três vezes aquela soma.

Os mais modestos propõem R$ 5 bilhões, R$ 100 milhões a mais que os R$ 4,9 bilhões postos à disposição dos partidos na presidencial de 2022. Os menos recatados falam da necessidade de R$ 6 bilhões. O que, além da ganância e do total descompromisso com a realidade, justificaria tal pretensão?

Segundo os requerentes, precisam de muito dinheiro para conseguir fazer boas campanhas. Não passa por suas cabeças que o êxito das respectivas empreitadas na caça aos votos está diretamente ligado à melhoria do desempenho no atendimento às expectativas do eleitorado. Seria um estímulo a doações, uma das formas adequadas de arrecadação de recursos.

O governo, de modo cínico, oferece pouco mais de R$ 939 milhões, sabendo perfeitamente que o donativo não será aceito, pois considerado irrisório. Deixa o desgaste para o Parlamento a fim de disfarçar sua condição de sócio nessa expedição.

O Planalto não brigará muito pela contenção nem vai se empenhar pela inversão da lógica segundo a qual o cidadão é coagido a financiar de maneira descomunal representantes cuja última preocupação é a de corresponder à altura a obrigatoriedade do voto.

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