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Jornalista e comentarista de política

Palpite de Lula sobre Holocausto é para lá de infeliz

É humanamente indefensável e historicamente equivocada a comparação de Israel a Hitler

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Não podem mais ser vistas como dúbias ou meramente polêmicas as declarações do presidente Luiz Inácio da Silva sobre a guerra entre Israel e o Hamas. A comparação da ação militar israelense em Gaza (sem dúvida exorbitante) ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial posiciona o mandatário brasileiro muitos degraus acima na escala da temeridade diplomática.

Assumiu um lado, e da pior maneira na cena mundial, ao receber elogios e agradecimentos do grupo terrorista. Não bastassem a condescendência com ditadores e a concessão do benefício da dúvida a Vladimir Putin na morte de Alexei Navalni, agora mais essa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília - Adriano Machado - 1º.fev.24/Reuters - REUTERS

É humanamente indefensável e historicamente equivocada a declaração de Lula dizendo o que realmente pensa na Etiópia, sem a moldura de contenção ambígua das falas oficiais preparadas pelo Itamaraty: "O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus".

Beira a ligeireza o modo como o presidente trata o Holocausto. Hitler não "resolveu" matar judeus e sim executou um projeto de genocídio que dizimou 6 milhões de vidas e traumatizou o mundo em geral, a Alemanha em particular. Não tendo sido crueldade a motivação, resta a ignorância e a desorientação para explicar o desatino presidencial.

Os danos no plano internacional ainda estão para ser medidos. Com Israel, o tamanho do estrago teve como sinal a anunciada reprimenda ao embaixador brasileiro em Tel Aviv. No âmbito interno, Lula, que já enfrenta rejeição entre os evangélicos, certamente terá problemas eleitorais com outro importante e influente estrato religioso: a comunidade judaica.

A série de manifestações antissemitas do campo aliado ao presidente já vinha sinalizando indisposição para com candidatos de esquerda, seja na eleição municipal de 2024 ou na forma de troco maior na disputa pela reeleição em 2026.

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