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Editada por Felipe Bailez e Luis Fakhouri, fundadores da Palver, coluna traz perspectivas sobre os dados extraídos de redes sociais fechadas

Ato de Copacabana e controle da narrativa de censura nas redes fazem Bolsonaro ganhar momento

Chamada para ato no Rio apela ao patriotismo, mas é turbinada por mensagens em inglês, ajuda de congressistas americanos e influência do bilionário Elon Musk

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A semana nas redes sociais foi marcada pelas provocações de Elon Musk a Alexandre de Moraes, e pelo vazamento de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por parlamentares americanos, com o objetivo de pautar o debate em torno da liberdade de expressão. Já a partir de quinta-feira (18), começaram a circular mensagens e vídeos convocatórios para o ato de Copacabana.

Grupos públicos de direita analisados pela Palver se movimentaram intensamente no WhatsApp e Telegram para organização do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, Rio Janeiro, na manhã de domingo (21).

A maioria dos vídeos gravados por deputados e demais apoiadores de Bolsonaro trouxe um tom otimista, tentando realizar uma chamada para ação invocando o patriotismo e a urgência de que algo precisa ser feito agora. Nessa linha, a ida ao ato de Copacabana representaria apoio aos que estão tentando "resgatar a normalidade", como afirma um dos apoiadores.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante manifestação em Copacabana - Mauro Pimentel/AFP

Nos grupos de esquerda, o chamado ao patriotismo foi ironizado pelos usuários, uma vez que ao longo da semana parte dos parlamentares ligados a Bolsonaro realizaram postagens em inglês tentando engajar com o bilionário Elon Musk. Entre as mídias que mais se destacam, circula uma imagem do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo) pedindo ajuda a Musk para compartilhar sua história. Um dos usuários ironizou Dallagnol "suplicante de likes".

Já no final da quarta-feira (17), parlamentares americanos divulgaram, através da Comissão do Judiciário do Congresso, documentos contendo decisões do STF e do TSE desde as eleições de 2022. O título do documento "O ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil" é uma provocação ao presidente americano Joe Biden, destacando que as eleições presidenciais nos Estados Unidos ocorrem esse ano.

Parlamentares e influenciadores bolsonaristas fizeram uso da liberação desses documentos para subir o tom contra Lula e Alexandre de Moraes, dominando o debate nas redes sociais. Entre as principais linhas discursivas, os vídeos e mensagens argumentam que o Brasil vive uma ditadura em que há censura e manipulação das eleições.

Toda essa movimentação, feita de maneira articulada pela direita em conjunto com atores estrangeiros, ocorre após as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro revelarem uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, com a divulgação da chamada minuta do golpe.

Considerando a estratégia adotada, os termos escolhidos pelos bolsonaristas para a divulgação do ato de Copacabana foram cirúrgicos. Bolsonaro alega que o ato serve para "lutar pela nossa democracia, pela nossa liberdade" e destaca a urgência do momento pois estaríamos "perto de uma ditadura".

Um dos principais apoiadores de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia aparece em diversos vídeos de divulgação do ato. Em um deles, o pastor anuncia que vão "desmontar essa farsa de minuta de golpe que é a maior fake news da história política do Brasil". Já o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) criou suspense nas redes ao dizer faria algo que "vai rodar o mundo inteiro", argumentando que isso aconteceria pois "vai pegar no calcanhar deles".

Desde quinta-feira (18), as convocações se ampliaram nos grupos de WhatsApp e Telegram. O objetivo, segundo as mensagens, era de colocar 2 milhões de pessoas nas ruas de Copacabana, e para isso organizaram doações para o "fretamento de 50 ônibus e 12 aviões comerciais" ressaltando que não poderiam "perder a oportunidade que Elon Musk está nos dando".

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