Encaminhado com Frequência

Editada por Felipe Bailez e Luis Fakhouri, fundadores da Palver, coluna traz perspectivas sobre os dados extraídos de redes sociais fechadas

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Descrição de chapéu Twitter STF

Grupos de direita já discutiam sobre Elon Musk X Moraes antes de assunto explodir

É comum observar uma reação lenta por parte da esquerda em aplicativos de mensageria

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No sábado (6), Elon Musk, o dono da rede social X/Twitter, ganhou completamente a atenção dos brasileiros quando desafiou o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que não iria cumprir as ordens de moderação de conteúdo exigidas pelo Supremo Tribunal Federal.

Disse que as consequências poderiam até fechar os escritórios no Brasil, o que levou a um pico de conversas em grupos de WhatsApp. As conversas sobre este assunto atingiram o seu pico às 21h de sábado, com menções a Musk liderando entre os assuntos, e muitos usuários questionaram sobre a possibilidade de que rede pare de funcionar em território nacional, como ocorreu com o Rumble.

Esse comportamento do bilionário não é novidade, ele tem sido alvo de críticas e elogios por parte de eleitores nos Estados Unidos a partir do momento em que começou a se posicionar favorável a Donald Trump.

O empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter) e presidente-executivo da Tesla, em evento em Paris - Gonzalo Fuentes - 16.jun.23/Reuters

Após adquirir a rede social Twitter/X, Musk divulgou para três jornalistas americanos um conjunto de documentos que ficou conhecido como "Twitter Files". O objetivo, segundo o bilionário, era mostrar o que "realmente tinha acontecido" por trás das políticas de moderação de conteúdo antes da sua aquisição.

Os documentos alegam que órgãos de inteligência do governo americano trabalhavam em conjunto com o Twitter para "influenciar" o processo eleitoral nos Estados Unidos. Os documentos abordam desde moderação de conteúdo em publicações sobre as vacinas durante a pandemia da Covid-19 até a invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021.

A atuação do empresário não se limita apenas à política interna norte-americana. Elon tem se apresentado como um grande apoiador de influenciadores da extrema direita global. Em novembro de 2023, após a consagração de Javier Milei como presidente da Argentina, Musk celebrou sua vitória dizendo que "a prosperidade está à frente (...)". É comum encontrar em seu perfil vídeos de influenciadores de direita como Ben Shapiro, Matt Walsh e Tucker Carlson.

Tucker, que foi apresentador da Fox News, recebeu um grande apoio de Elon para a divulgação de seu novo programa transmitido no X/Twitter. Na edição de 29 de fevereiro, contou com a participação do deputado Eduardo Bolsonaro e do blogueiro Paulo Figueiredo, ex-Jovem Pan e neto do ditador João Figueiredo. O principal foco da entrevista foi "Alexandre de Moraes" e a narrativa de que blogueiros e influenciadores brasileiros estão sendo perseguidos pelo Judiciário brasileiro.

Na última quarta-feira (3) foram divulgados os "Twitter Files Brasil" por Michael Shellenberger em sua conta do X/Twitter. As matérias se apresentam como uma espécie de nova edição do "Twitter Files" voltada para o caso brasileiro, onde o foco é mostrar Alexandre de Moraes como censor.

Nos dados da Palver conseguimos perceber uma rápida organização de grupos da direita que ajuda a dar tração à notícia. Um vídeo do mesmo Paulo Figueiredo começa a circular logo na manhã seguinte abordando este assunto. Memes e vídeos são compartilhados de forma a ridicularizar o ministro. Um deles diz "(...) Alexandre de Moraes mandou a PF fazer busca e apreensão na casa de Elon Musk. Foram apreendidos dois foguetes (...) e um carro da Tesla".

É comum observar uma reação lenta por parte da esquerda em aplicativos de mensageria. Dessa vez não foi diferente, a reação veio quando o assunto já havia explodido no dia 6. As reações em grupos de esquerda incluem compartilhamento de imagens com declarações de Gleisi Hoffmann, Felipe Neto e Ivan Valente.

Em uma das mensagens com alto índice viral afirma-se que "aquele bilionário apoiador de Donald Trump, (...) que diz que não tem problema nenhum se precisa dar golpes, como na Bolívia". Nos mesmos grupos usuários compartilham "Eu autorizo Xandão", em referência a derrubar a rede social em território nacional.

Apesar do alto engajamento em grupos de todo espectro político, encontramos um volume muito maior de mensagens vindo de grupos da direita brasileira.

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