O Procon-SP notificou, no início da semana, as redes de lanchonete McDonald’s e Burger King por venderem os sanduíches McPicanha e Whooper de costela sem ter os cortes das carnes na composição.

Executivos estariam receosos que a medida acarrete outras descobertas, como a de que os sanduíches de peixe não levam peixe e a de que a água não possui água.

O Procon emitiu uma nota avisando que será implacável com a publicidade de produtos que destacam componentes que não fazem parte de sua composição.

Alimentos com nomes "sabor churrasco", como miojo e batata frita, serão recolhidos por não ter churrasco, muito menos sabor de churrasco. Salgadinhos "sabor queijo", também precisarão trocar o nome para "sabor de tênis molhado" e "aroma de umbigo".

As multas e apreensões de artigos enganosos não ficarão restritas às gôndolas de supermercados.

O Balneário Camboriú, por exemplo, terá de trocar de nome, pois, após a construção de prédios por toda a areia, o banho tornou-se impossível no local. Agora se chamará Prediário Camboriú.

Blogueiras de "good vibes" não poderão mais divulgar dicas de bem-estar. Já foi provado que, por trás de uma postura de namastê no pôr do sol, há uma pessoa triste, que chora no banho em posição fetal.

As propagandas de Feliz Dia das Mães também serão proibidas. Todos sabem que, na data comemorativa, elas estão exaustas e nem um pouco felizes. O uso da palavra "empatia" será fiscalizado. Quem usa, normalmente, é bem apático.

O Procon também mira o cenário político para evitar propagandas enganosas.

A expressão "liberal" será proibida entre políticos, economistas e blogueiros, pois já foi comprovado que suas composições são basicamente conservadoras. Também vai confiscar candidatos que se dizem "a terceira via", pois já está claro que ela não existe.

O Ministério da Economia também será notificado. Com alta de preços e inflação, sabe-se que o que tem menos ali é economia.

O Ministério da Mulher também deverá trocar o nome para Ministério do Homem Hétero.

Da mesma forma, o Procon multará o governo Bolsonaro, após comprovar que não existiu governo no local. Também proibirá o uso da expressão "fundo do poço", pois, no país, ele não existe.