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Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Vender a Amazônia

Seria boa ideia os gringos comprarem-na

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Ao contrário do presidente Bolsonaro, acho que seria uma boa ideia vender a Amazônia para os gringos. É claro que não vai acontecer. Há impedimentos constitucionais e práticos a uma operação dessa natureza, mas eles não nos impedem de usar a imaginação para perscrutar o problema e tentar extrair ideias úteis.

Vamos supor que alguma nação rica, ou, melhor ainda, um consórcio internacional, ofereça uma enorme bolada pelo território. Vamos supor ainda que a população amazônida teria assegurada uma enxurrada de investimentos em programas de desenvolvimento sustentável, além de direito ao passaporte do país adquirente. Imaginemos, por fim, que o comprador se comprometeria a preservar integralmente a mata e a biodiversidade local. Haveria mecanismos para garantir o cumprimento dessa cláusula.

Sob essas condições, por que não vender a Amazônia? A turma verde-oliva do presidente certamente dirá que não podemos abrir mão da "soberania" sobre a região, mas, se quisermos uma resposta que vá além de clichês, precisamos antes estabelecer quais são os objetivos de um Estado, ou, mais simplesmente, de qualquer comunidade humana. Tentando ser o mais universalista possível, eu diria que a meta é dupla: proporcionar a maior quantidade de bem-estar para a maioria das pessoas e prolongar sua própria existência no futuro.

A venda nas condições que estabeleci aumentaria o bem-estar de brasileiros, em especial dos amazônidas, e contribuiria para a preservação do clima e da biodiversidade do planeta, o que interessa em princípio a todos os terráqueos, humanos e não humanos. Parece bem melhor do que aquilo que o governo está trazendo hoje à região, que são destruição ambiental, riscos sociais e sanitários para as populações mais vulneráveis e má fama internacional. E isso em nome de uma ideia meio infantil, resumida na frase "é minha e eu faço o que quiser com ela".

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