Siga a folha

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Quando tudo dá errado

O lado bom é que conhecemos o tamanho e a natureza da solidariedade do centrão

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Eterno otimista que sou, acho que o Brasil vai sair desta —só não vejo como.

O problema maior é o Executivo. Algumas das vacinas contra a Covid-19 já foram testadas e apresentaram ótimos resultados. Países europeus devem começar a imunizar seus cidadãos na semana que vem. No Brasil, pelo plano do Ministério da Saúde, a inoculação só deve ter início em março... se houver seringas, porque o general especialista em logística que assumiu a pasta não se preocupou em adquiri-las.

O Exército ao menos é consistente em matéria de descaso com a epidemia. Ele conseguiu criar bolsões de Covid-19 entre jovens que prestam o serviço militar obrigatório.

Por falta de espaço, não detalho os desastres econômico, educacional, diplomático, ambiental etc. que a administração Bolsonaro implementa.

O Legislativo, que no início da gestão conduziu uma agenda reformista e resistiu aos projetos mais destrambelhados do bolsonarismo, resolveu, por meio do centrão, aceder ao pedido de socorro do governo e apoiá-lo em troca de cargos. Não chega a ser uma novidade, mas dar sobrevida à atual gestão é acumpliciar-se a ela. O lado bom é que conhecemos o tamanho e a natureza da solidariedade do centrão.

O Judiciário também funcionou como anteparo aos excessos do presidente. Mas, a revelarem-se corretos os rumores de que o Supremo autorizará a reeleição de Rodrigo Maia e de David Alcolumbre para as presidências da Câmara e do Senado, será forçoso concluir que os juízes perderam o juízo.

Até acho que essa deveria ser matéria "interna corporis", mas, depois que o constituinte escreveu no artigo 57, e de forma inusualmente clara, que a recondução é proibida, converteu-se em mandamento constitucional. Para entender o contrário do que está escrito, os ministros precisam abandonar seu papel de guardiões da Carta. Junto com ele vai a previsibilidade das regras do jogo, princípio basilar das democracias.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas