Siga a folha

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Covid-19 está se tornando endêmica

É mais fácil prever o que vai acontecer no longo prazo do que no curto

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A ômicron já está entre nós e se espalha rápido. O impacto que ela terá em termos de morbimortalidade ainda é incerto. Curiosamente, é mais fácil prever o que vai acontecer no longo prazo do que no curto.

Em mais dois ou três anos, a Covid-19 deverá ser uma doença endêmica. São dois os mecanismos que podem fazer com que isso ocorra. O mais polêmico deles é redução da patogenicidade do vírus. Na prancheta dos biólogos, doenças cujo vetor de transmissão seja humano podem sofrer pressão seletiva para tornar-se menos virulentas. Num contexto em que diferentes cepas de um patógeno disputam a mesma população, leva vantagem competitiva, tudo o mais constante, aquela que provoca quadros menos graves, que permitam ao vetor continuar circulando e disseminando a moléstia.

O problema com esse mecanismo é que ele é bem teórico. A realidade tende a ser caótica e o "coeteris paribus", o "tudo o mais constante", quase nunca se materializa. Vários elementos podem anular ou relativizar a pressão seletiva pela menor virulência. No caso da Covid-19, basta lembrar que a transmissão começa antes da eclosão dos sintomas.

Menos polêmico é o aumento da imunidade. Ele é real e já o vimos em ação. Foi a combinação de vacinação com infecções naturais que fez com que a passagem da variante delta pelo Brasil fosse menos letal do que muitos antecipavam. Como o vírus não vai parar de sofrer mutações, a imunidade não é perfeita. Os anticorpos neutralizantes, os que impedem que alguém se infecte, tendem a ser efêmeros e específicos. Deixam de funcionar bem mesmo com alterações menores no material genético do vírus. Mas há outros tipos de anticorpos e a imunidade celular. Eles não driblam as infecções, mas conseguem fazer com que o corpo reaja rapidamente a elas, evitando hospitalizações e óbitos.

Em mais alguns anos, a Covid-19 será só mais uma gripezinha. Até lá, vacine-se e proteja-se.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas