Siga a folha

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Livro destrincha a história econômica do século 20

Segundo o autor, os bons tempos não vão voltar

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Numa coisa Karl Marx e John Maynard Keynes concordavam. Ambos viam o progresso tecnológico como uma solução do problema econômico da humanidade. Um dia as máquinas produziriam sozinhas tudo o que as pessoas precisam, o que nos libertaria para viver a utopia, a verdadeira emancipação do homem. "Slouching Towards Utopia" ("Arrastando-se rumo a Utopia" em tradução não oficial), de Brad DeLong conta essa e várias outras histórias.

Na verdade, "Slouching..." pode ser descrito como uma história econômica do século 20 ampliado. Começa em 1870, com a segunda Revolução Industrial, e vai até 2010, após a crise dos subprimes. DeLong começou a escrever a obra nos anos 1990, mas o livro só foi publicado em 2022, entre outras razões porque o autor não conseguia terminar. As coisas não paravam de acontecer.

Ilustração de Annette Schwartsman para a coluna de Hélio Schwartsman - Annette Schwartsman

A tese central de DeLong é que o progresso tecnológico pós-1870 permitiu que a humanidade escapasse à armadilha malthusiana que a assombrou até então. Os ganhos de produtividade foram tamanhos que possibilitaram o enriquecimento das sociedades e não só o aumento das populações, como era a regra. E, de fato, um indivíduo de classe média de país desenvolvido tem hoje acesso a mais riqueza que os milionários do século 19. Mesmo a pobreza extrema do Terceiro Mundo foi substancialmente reduzida. Mas nem o mais rematado otimista diria que chegamos à utopia.

Para DeLong, foi só em duas janelas, entre 1870 e 1914 e nos 30 anos após a Segunda Guerra, nos quais as sociais-democracias prosperaram, que os países do Norte Global experimentaram um gostinho de milagre. O avanço técnico se somou a outras particularidades históricas, como a globalização, para produzir ciclos de grande otimismo. Nos demais períodos tivemos eventos como duas guerras mundiais e duas grandes recessões que falam por si.

Segundo o autor, os bons tempos não vão voltar. O neoliberalismo, que é a resposta mais recente aos acontecimentos, fracassou. E temos agora a crise climática.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas