Siga a folha

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Teoria em ação

Protestos em Israel mostram sociedade corrigindo o Estado

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

É bonito quando uma teoria descreve um fenômeno e, depois, nós nos deparamos com ele no mundo real. O caso mais célebre talvez tenha sido o das observações astronômicas de Arthur Eddington e Frank Dyson, feitas durante um eclipse solar total em 1919, que constataram a deflexão gravitacional da luz de estrelas. O achado foi interpretado como uma confirmação da Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein.

É claro que, nas ciências sociais, as coisas nunca ocorrem de forma tão dramática como na física, mas acabamos de ter um gostinho disso com as manifestações em Israel contra o governo de Binyamin Netanyahu. Semanas de protestos encimados por uma greve geral que chegou a fechar o aeroporto Ben Gurion conseguiram fazer com que o premiê congelasse uma proposta de reforma do Judiciário que subverte o equilíbrio dos Poderes e, portanto, a democracia.

Imagem aérea mostra protesto contra a reforma judicial do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, em Tel Aviv - Oren Alon - 18.mar.23/Reuters

Penso que os eventos em Israel funcionam como uma vívida corroboração das ideias de Daron Acemoglu e James Robinson sobre desenvolvimento expostas em "O Corredor Estreito". Nessa obra, que é uma espécie de sequência do best-seller "Por Que Nações Fracassam", a dupla de economistas sustenta que, para alcançar a combinação de liberdade individual com prosperidade econômica, países precisam encontrar um raro balanço entre o poder do Estado, capaz de impor uma ordem pró-desenvolvimento, e o da sociedade, que precisa conter os apetites totalitários das engrenagens estatais.

Em algum grau, isso ocorre o tempo todo. Eleitores dos EUA e do Brasil deram uma demonstração disso quando negaram um segundo mandato a Trump e Bolsonaro, líderes com fortes tendências autoritárias. Mas o caso israelense é mais paradigmático porque porções significativas da população tomaram literalmente as ruas e ensaiaram um movimento de desobediência civil contra medidas que ameaçam de modo bastante explícito as instituições. Mais claro, só se desenharem.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas