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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Ainda há os que acham que ganharão no grito e na pancada

Contra o Flamengo, Botafogo preferiu intimidar adversários a jogar futebol

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Alberto Valentim saiu de Florianópolis, onde deixou o Avaí na zona do rebaixamento, e chegou ao Rio para botar o Botafogo na mesma situação.

A decisão da direção do Glorioso em ir buscá-lo é desses mistérios insondáveis.

Coube a ele comandar o time cada vez mais da Estrela Solitária contra o líder Flamengo.

Gabigol, do Flamengo, tenta passar por Cícero, do Botafogo, em jogo no dia 7, no estádio Nilton Santos, no Rio - Ricardo Moraes/Reuters

O que se viu foi alarmante.

Jogar futebol esteve longe de ser a primeira opção; bater, amedrontar os rubro-negros era a ordem do dia no estádio Nilton Santos.

Pobre Nilton Santos.

Chamado de a Enciclopédia do Futebol, talvez o melhor lateral-esquerdo da história, era clássico, elegante, incapaz de dar pontapés nos adversários.

O oposto do xerife botafoguense Joel Carli, um dos valentões que desde que soou o apito do complacente assoprador quiseram intimidar os rivais incomparavelmente superiores.

É claro que o Botafogo não tem nada a ver com a decisão da Libertadores no próximo dia 23. Daí a entrar por trás, abusar dos pisões, abrir os cotovelos, só a mediocridade explica, como se a ideia fosse a de entrar duro e explorar o receio dos rivais em ficar fora da final. E tudo isso para nada porque, no fim, com requintes de crueldade, o Flamengo venceu como mereceu. 

Grêmio e Corinthians foram goleados pelo Flamengo e não deram um pontapé.

O Botafogo perdeu só por 1 a 0 e distribuiu patadas a granel, uma verdadeira "caça ao homem", como disse o inconformado Jorge Jesus após o clássico carioca.

Valentim, que a tudo via calado, cúmplice da violência, e que durante o jogo já protagonizara cena ridícula ao tentar impedir cobrança de lateral pelo espanhol Marí, deu-se ao luxo de criticar a expressão do português, expondo sua visão xenófoba, corporativista e invejosa do sucesso do lusitano.

Certamente gostou da atuação do argentino Carli, porque aí a xenofobia é esquecida.

Explicar por que o Botafogo só dá chutão Valentim e seus valentões não explicaram. 

Nem precisava.

Assim como sua contratação, não há explicação.

SALVAÇÃO LEGAL

Na zona do rebaixamento, o Botafogo espera ser salvo pelo projeto de clube-empresa que o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia apadrinha. Ao que tudo indica esperará sentado.

Se não bastasse depender de Valentim para escapar da degola, o Botafogo enfrenta a oposição do ministro da Economia Paulo Guedes, que não quer nem ouvir falar nas facilidades sugeridas aos endividados clubes brasileiros.

Apressado, Maia deseja aprovar o texto ainda neste ano, antes que seu clube eventualmente caia e ninguém queira investir nele.

A chance de conseguir é quase a mesma de o Botafogo golear o Flamengo.

PREPARO FÍSICO

Se parte do sucesso do Flamengo está na preparação física diferenciada, parte do fracasso do Corinthians também se deve a ela. Pelo menos é o que se ouve nos bastidores do clube, atribuindo à dupla Fabio Carille/Walmir Cruz o esgotamento dos jogadores.

Difícil saber até que ponto é verdade porque o preparador físico estava na comissão técnica do clube campeão brasileiro de 2017. Verdade que, então, o time também despencou no segundo turno. 

Indiferente às críticas, o treinador já encaminhou o pedido para ter a multa a que faz jus devidamente paga.

GRÊMIO SOBE

Até mais cedo do esperado, o Grêmio visita a Chape já no G4 graças ao deprimente desempenho do São Paulo contra o Flu.

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