Siga a folha

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Liga dos Campeões 2019 - 2020

Massacre do Bayern mereceu ser visto de joelhos

Até com direito à frustração, porque não tinha jogo, eram adultos contra crianças

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Para quem não sabe, se é que alguém não sabe, até 1958 os goleiros usavam joelheiras.

Exatamente na final da Copa do Mundo, na Suécia, um dos goleiros, o da seleção brasileira, o lendário Gylmar dos Santos Neves, as dispensou.

Quer dizer, teve de dispensá-las porque o roupeiro da CBD, Francisco de Assis, esqueceu de levá-las e, para não comprometê-lo, Gylmar disse ter preferido não usar o apetrecho protetor dada a perfeição do gramado.

O goleiro gostou da experiência e, campeão mundial, aposentou as joelheiras, para ser seguido depois pelos demais camisas 1, embora ele tenha usado a 3 naquela Copa.

Tudo isso para dizer que o jogo entre Bayern de Munique e Barcelona, pelas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa, nesta sexta-feira (14), no Estádio da Luz, em Lisboa, mereceu ser visto de joelhos por precisos 92 minutos.

Philippe Coutinho marca o oitavo gol do Bayern de Munique sobre o Barcelona - Manu Fernandez/Reuters

Claro que de joelheiras, porque missa alguma dura tanto e ninguém permanece ajoelhado durante todo o tempo.

De um lado os alemães em momento iluminado, octacampeão nacional, favorito.

Do outro, Lionel Messi num Barcelona que, bisonhamente, perdeu o título espanhol, atropelado pelo Real Madrid.

Dez títulos somados da Champions, cinco para cada lado.

O polonês Robert Lewandoski, 53 gols em 44 jogos na temporada, 13 em 7 no melhor torneio de futebol no mundo, no melhor ano de sua vida, aos 31, arma fatal do time bávaro.

O argentino Messi, 33, dispensa apresentação, seis vezes eleito o número 1 do planeta bola.

Dois goleiros alemães monstruosos: Manuel Neuer e Marc-André Ter Stegen, que disputam a titularidade da seleção germânica e disputavam a orelhuda.

Uma equipe alemã, do surpreendente RB Leipzig, já está nas semifinais, para desafiar o PSG de Neymar e Mbappé, na terça-feira (18).

Ajoelhou tem de rezar. Oramos todos por um grande jogo.

Pense: o francês Antoine Griezmann estava no banco catalão, posição perdida para o chileno Arturo Vidal.
Não deu outra.

O Barcelona ajoelhou. Só no primeiro tempo, quatro vezes.

Os catalães não viam a bola, e o gol que não fizeram, Alaba fez, contra: 4 a 1 daqueles de lembrar o Mineirão, todos os cinco gols feitos pelo time alemão.

Um verdadeiro massacre, uma carnificina.

Até com direito à frustração, porque não tinha jogo, eram adultos contra crianças.

Restava sonhar com eventual semifinal entre Bayern e Manchester City, quem sabe para Pep Guardiola vingar seu Barcelona, contra o também seu time de Munique.

Restava, ainda, o segundo tempo. Já com Griezmann.

Rezava-se por Sant Jordi, o protetor da Catalunha, nosso popular São Jorge, para a humilhação não virar morticínio.

Foram atendidos, com Suárez diminuindo para 2 a 4.

O estádio do Benfica, palco do que Pelé considera o melhor jogo da vida dele, Santos 5, Benfica 2, na decisão intercontinental de 1962, testemunhava, sozinho porque vazio, outro recital de futebol.

O perdedor, no caso o Barça, fez os mesmos dois gols, mas o vencedor, no caso, o Bayern, achou que cinco era pouco: marcou oito, 8 a 2!

Sant Jordi foi dormir envergonhado.

A partida entre Manchester City e Lyon, ingleses x franceses e suas legiões estrangeiras, também não permitiu o embate entre City e Bayern.

O Lyon surpreendeu em jornada decepcionante do time de Guardiola e aplicou impiedoso 3 a 1 neste sábado (15), em tarde que viu tanto Gabriel Jesus quanto Sterling perderem gols imperdíveis, a do inglês absolutamente inacreditável.

Para piorar, Ederson falhou no terceiro gol francês, o segundo de Dembélé, que entrou em campo aos 75 minutos para fazer dois gols.

Seja como for, depois de primeiro tempo de certa forma apagado, o segundo foi de futebol em estado puro, ao compensar com emoção o que pode ter faltado em técnica ou sobrado de erros do time inglês, ineficaz na hora de decidir, ao contrário do francês, cirúrgico ao aproveitar três das quatro chances de gol que criou.

Entre erros e acertos, carnificinas, como a do Bayern, e viradas nos minutos derradeiros, como a do PSG, as semifinais da Champions excluirão times das duas ligas mais badaladas do mundo, a inglesa e a espanhola.

Vive la France! Lang lebe Deutschland!

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas