O Galo de Jorge Sampaoli não recolheu as esporas no Maracanã vazio, talvez o principal adversário do Flamengo no Campeonato Brasileiro, pois desacostumado a jogar em estádios desérticos.
O rubro-negro já tinha visto Bruno Henrique, egoísta, chutar na trave o gol que deveria ter dado a Gabigol e pressionava como sempre para abrir o placar quando Filipe Luís marcou contra para os mineiros, também agressivos.
Com problemas na saída de bola, a defesa atleticana oferecia seguidamente o empate e Arrascaeta não aproveitava.
Quando o primeiro tempo terminou nem precisava esperar pelo segundo para dizer que a presença dos dois times no torneio será a garantia de 74 bons jogos sempre que um dos dois, ou ambos, estiverem em campo.
O primeiro deles superou as expectativas, porque era de se esperar a falta de ritmo dos campeões da Libertadores contra a agressividade de Sampaoli.
O segundo tempo acabou inferior, porque o treinador argentino corrigiu os defeitos na saída de bola e impediu que o Flamengo seguisse criando chances de gol, além de com estocadas esparsas levar algum perigo ao arco carioca.
Domènec Torrent radicalizou: terminou o jogo em busca do empate com cinco atacantes —Michel, Bruno Henrique, Gabigol, Pedro e Vitinho—, como pregava em priscas eras o excelente editor Matinas Suzuki. Em vão.
A torrente de flechas se ressentiu da falta de, ao menos, um arco para derrubar a muralha mineira. E o Galo voltou para Belo Horizonte com a vitória que permite à massa do “Eu acredito” crer no bicampeonato.
Que susto!
Tem palmeirense assustado até agora com aquele pênalti no último minuto.
O futebol e suas ironias e surpresas.
Weverton falhou e permitiu a classificação ao Corinthians.
Daí, fez a grande defesa do primeiro jogo decisivo e pegou dois pênaltis na final.
Cássio fechou o gol no jogo da fase classificatória, fez milagre no começo da finalíssima, pegou um e comeu dois frangos nos pênaltis, se é que existe frango em penais. Penas existem, provou-se.
Bruno Henrique, o melhor batedor de faltas do Palmeiras, foi o único a desperdiçar cobrança e Gustavo Gómez, com partida impecável, quase põe tudo a perder.
Depois da renovação de contrato complicada, cairia em desgraça se o título não viesse, até porque, diante do inexistente ataque corintiano, Luan daria conta do recado.
Já o outro Luan eximiu-se de bater pênalti, opção compreensível diante dos desperdiçados desde o Grêmio, mas estranha quando Michel e Sidcley se encarregam de fazê-lo.
É assim mesmo o futebol pós-jogo.
Se Michel converte e Sidcley erra as críticas apenas mudariam de lateral.
Finalmente, Luiz Adriano, de desaparecido que estava porque sacrificado pelo esquema miserável do campeoníssimo Vanderlei Luxemburgo, fez gol fundamental.
A rara leitora e o raro leitor ainda querem saber por que o futebol é o mais apaixonante dos jogos?
Imagine o título sendo conquistado pelo Corinthians.
Jô teria um bando de escravos.
Pandemia, 1 a 0
O cancelamento de Goiás x São Paulo caiu feito luva para Fernando Diniz e registrou o primeiro gol da Covid-19 sobre a volta açodada do Campeonato Brasileiro no fim de semana marcado pela superação, oficialmente, de mais de 100 mil mortes no país.
A pandemia goleia cruelmente a desídia do governo da necropolítica. Por que supor que não ganharia da CBF?
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