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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Nesta coluna, Arena Corinthians agora será chamada de estádio de Itaquera

Não usar o nome comercial de um lugar é decisão de cada um para melhor informar

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Responda rapidamente: como você chama os estádios do Santos, São Paulo, Portuguesa ou o do privatizado na capital?

Urbano Caldeira, Cícero Pompeu de Toledo, Doutor Oswaldo Teixeira Duarte e Paulo Machado de Carvalho?

Não!

Chama de Vila Belmiro, Morumbi, Canindé e Pacaembu.

Como ninguém chama o Maracanã de Mário Filho, ou o Mineirão de Governador Magalhães Pinto.

Fonte Nova é Fonte Nova e não marca de cerveja, assim como Arena da Baixada sempre foi Arena da Baixada por mais que tentasse virar outra durante três anos, em vão.

Você embarca no aeroporto de Guarulhos ou no Governador André Franco Montoro? Ou sequer sabia disso, como desconhece que o de Congonhas se chama Deputado Freitas Nobre?

Ora, se ninguém os chama por nomes tão importantes na história do Brasil, ou dos clubes de futebol, por que raios chamá-los por nomes comerciais?

É diferente quando o estádio se chama Rei Pelé, Mané Garrincha ou Nilton Santos, capaz até de aposentar o simpático uso de Engenhão.

Mesma coisa se dá com os campeonatos.

Você já se deu conta de quantos nomes teve a Libertadores?

A troco de quê chamá-la de Libertadores marca de carro, de pneu ou de banco?

Pode-se objetar em relação ao nome do estádio do Palmeiras, que já nasceu marqueteiro, embora aqui seja tratado como casa verde, sem maiúsculas, que é nome de bairro. Chamá-lo de Arena Palmeiras é incorreto porque jamais foi, diferentemente da Arena Corinthians.

Que mudou de nome, mas não como Cassius Clay mudou o dele para Muhammad Ali.

O estádio de Itaquera, por 300 milhões de reais em 20 anos, alívio para a imensa dívida alvinegra, quer ser chamado pela marca neo química, assim, com minúsculas, como a revista piauí que o corretor ortográfico insiste em corrigir.

Aqui, não!

Verdade que a edição digital desta Folha, em 2018, publicou o nome comercial da casa verde no título da coluna, ato do editor, não do colunista que, para a mesma coluna, na edição impressa, sempre de sua lavra ao contrário da digital, deu outro título.

Idiossincrasias do jornalista? Pode ser, mas, de fato, merchandising e jornalismo não se misturam.

Polêmica semelhante se deu com o uso da palavra presidenta, desde sempre consagrada nos dicionários. Para muitos, quem tratava Dilma Rousseff assim era, necessariamente, petista. Bobagem!

A coluna já chamava de presidenta a do Flamengo, Patrícia Amorim, eleita em 2009, antes, portanto de Rousseff. E simplesmente porque Amorim pediu, como afirmação de gênero. Em resumo, cada um escolhe como dar nome às coisas.

Há quem chame presidente eleito de ditador e há quem chame de genocida presidente que colabora para a extinção dos povos indígenas. Todos têm suas razões.

Aqui, o Corinthians não jogará mais no estádio que tinha seu nome, mas sempre em Itaquera. Um alívio até, porque arena é denominação imprópria, lugar que tem areia, de touros, nunca de atletas. Implicâncias? De novo, pode ser. Cada um tem direito às suas.

Por exemplo: você um dia foi à casa de espetáculos HSBC?

Pois é. Em 2015, mudou de nome, para o muito mais agradável Tom Brasil. Onde é mesmo?

Fiquemos com Itaquera, sem margem de erro.

Tem mais: para pegar como nome do estádio só se fosse produto novo, algo assim como Timão.

E não será o “amador” Andrés Sanchez que dará lições de profissionalismo à imprensa.

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