Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.
O desempenho dos 7 brasileiros revela como a vida é dura na Libertadores
Aposto no Flamengo na volta e em goleada palmeirense quando bolivianos vierem a São Paulo
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Está tudo bem, está tudo bom.
Sei ser voz solitária e ainda ter de ouvir que desdenho da Libertadores porque meu time não a disputa, apesar de propor a desistência dela depois de ganhá-la em 2012.
Mas vejamos como foram os sete brasileiros na semana passada no torneio continental.
O Santos não passou de modorrento 0 a 0, em casa, com os paraguaios do Olimpia.
O Athletico se deu bem em Cochabamba, nos suportáveis 2.560 m de altitude ao vencer o fraco Jorge Wilstermann por 3 a 2. Acima de 2.600 m é um drama, dizem os cientistas do esporte.
Até para o Santos de Pelé.
Basta dizer que, na Libertadores de 1962, esteve duas vezes atrás no placar do modesto Deportivo Municipal para vencê-lo por 4 a 3, em La Paz, 3.640 m acima do nível do mar.
Na Vila Belmiro, dias depois, goleou por 6 a 1 em sua campanha para ganhar a taça pela primeira vez.
Vivo repetindo essa história para quem me diz que "antigamente os brasileiros iam lá e goleavam".
Estarei preparando uma desculpa para a humilhação imposta pelo Independiente Del Valle ao Flamengo por 5 a 0, nos 2.850 m de Quito?
Não!
E sim!
Não porque o rubro-negro errou depois de levar em banho-maria o primeiro tempo e, após sofrer o 2 a 0, em vez de cuidar para não ser goleado, querer empatar.
Sim porque contra um adversário bom como é o time equatoriano, fica impossível tamanha pretensão.
"Ah, mas o Palmeiras foi a La Paz e ganhou do Bolívar por 2 a 1".
É verdade. Jogou com inteligência, teve a fortuna do pênalti burro a seu favor, além de pegar um time fraco e há seis meses sem atuar. Assim mesmo, quase sofreu o empate no fim, quando já estava de língua obrigatoriamente de fora.
Aposto no Flamengo na partida de volta no Rio, em jogo duro, e em goleada alviverde quando os bolivianos vierem a São Paulo.
Em situação delicada estão os tricolores paulistas e gaúchos, mais aqueles que estes.
Porque mesmo depois de ganhar dois gols contra de presente do River Plate no empate de 2 a 2, no Morumbi, o São Paulo não soube aproveitar a inatividade também de 180 dias dos argentinos, complicando muito as chances de ir às oitavas. Vencerá a LDU na altitude de Quito? Ou o River no Monumental de Núñez? Duvideodó.
Já o Grêmio terá vida menos difícil, embora esteja em clara decadência, obviedade que Renato Portaluppi tenta negar nas arrogantes entrevistas pós-derrotas, como a inaceitável imposta pela Universidade Católica, em Santiago do Chile, por 2 a 0, quando quase nem chutou a gol chutou. Um papelão.
Finalmente, o Inter.
Depois de primeiro tempo impecável, no Beira-Rio, diante do América de Cáli, quando fez 3 a 1, o Colorado permitiu o empate e só por acaso ganhou por 4 a 3, castigo imerecido para os colombianos, em bola fácil para defesa do goleiro, mas desviada na zaga.
Enfim, de 21 pontos disputados, 11 conquistados.
Agora fica a questão a quem já mostrou ter poucas possibilidades de ir longe no torneio: insistir para ir adiante na esperança da imprevisibilidade dos mata-matas, ou voltar as atenções para o Campeonato Brasileiro?
O Atlético Mineiro, candidato ao título, só com a competição nacional para disputar, deseja que insistam, se desgastem bastante e permitam o seu deslanche.
Quase certamente é o que farão, prisioneiros da ilusão continental.
Boa sorte a todos.
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