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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Copa Libertadores 2020

O desempenho dos 7 brasileiros revela como a vida é dura na Libertadores

Aposto no Flamengo na volta e em goleada palmeirense quando bolivianos vierem a São Paulo

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Está tudo bem, está tudo bom.

Sei ser voz solitária e ainda ter de ouvir que desdenho da Libertadores porque meu time não a disputa, apesar de propor a desistência dela depois de ganhá-la em 2012.

Mas vejamos como foram os sete brasileiros na semana passada no torneio continental.

O Santos não passou de modorrento 0 a 0, em casa, com os paraguaios do Olimpia.

O Athletico se deu bem em Cochabamba, nos suportáveis 2.560 m de altitude ao vencer o fraco Jorge Wilstermann por 3 a 2. Acima de 2.600 m é um drama, dizem os cientistas do esporte.

Até para o Santos de Pelé.

Basta dizer que, na Libertadores de 1962, esteve duas vezes atrás no placar do modesto Deportivo Municipal para vencê-lo por 4 a 3, em La Paz, 3.640 m acima do nível do mar.

Na Vila Belmiro, dias depois, goleou por 6 a 1 em sua campanha para ganhar a taça pela primeira vez.

Vivo repetindo essa história para quem me diz que "antigamente os brasileiros iam lá e goleavam".

Estarei preparando uma desculpa para a humilhação imposta pelo Independiente Del Valle ao Flamengo por 5 a 0, nos 2.850 m de Quito?

Jogadores do Flamengo na partida pela Libertadores que terminou com goleada do Independiente del Valle por 5 a 0, em Quito (Equador) - Jose Jacome/Reuters

Não!

E sim!

Não porque o rubro-negro errou depois de levar em banho-maria o primeiro tempo e, após sofrer o 2 a 0, em vez de cuidar para não ser goleado, querer empatar.

Sim porque contra um adversário bom como é o time equatoriano, fica impossível tamanha pretensão.

"Ah, mas o Palmeiras foi a La Paz e ganhou do Bolívar por 2 a 1".

É verdade. Jogou com inteligência, teve a fortuna do pênalti burro a seu favor, além de pegar um time fraco e há seis meses sem atuar. Assim mesmo, quase sofreu o empate no fim, quando já estava de língua obrigatoriamente de fora.

Aposto no Flamengo na partida de volta no Rio, em jogo duro, e em goleada alviverde quando os bolivianos vierem a São Paulo.

Em situação delicada estão os tricolores paulistas e gaúchos, mais aqueles que estes.

Porque mesmo depois de ganhar dois gols contra de presente do River Plate no empate de 2 a 2, no Morumbi, o São Paulo não soube aproveitar a inatividade também de 180 dias dos argentinos, complicando muito as chances de ir às oitavas. Vencerá a LDU na altitude de Quito? Ou o River no Monumental de Núñez? Duvideodó.

Já o Grêmio terá vida menos difícil, embora esteja em clara decadência, obviedade que Renato Portaluppi tenta negar nas arrogantes entrevistas pós-derrotas, como a inaceitável imposta pela Universidade Católica, em Santiago do Chile, por 2 a 0, quando quase nem chutou a gol chutou. Um papelão.

Finalmente, o Inter.

Depois de primeiro tempo impecável, no Beira-Rio, diante do América de Cáli, quando fez 3 a 1, o Colorado permitiu o empate e só por acaso ganhou por 4 a 3, castigo imerecido para os colombianos, em bola fácil para defesa do goleiro, mas desviada na zaga.

Enfim, de 21 pontos disputados, 11 conquistados.

Agora fica a questão a quem já mostrou ter poucas possibilidades de ir longe no torneio: insistir para ir adiante na esperança da imprevisibilidade dos mata-matas, ou voltar as atenções para o Campeonato Brasileiro?

O Atlético Mineiro, candidato ao título, só com a competição nacional para disputar, deseja que insistam, se desgastem bastante e permitam o seu deslanche.

Quase certamente é o que farão, prisioneiros da ilusão continental.

Boa sorte a todos.

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