Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.
Ser vice é o máximo; precisamos nos acostumar
É necessário se habituar a celebrar o segundo lugar, porque tem sido o auge
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Desde 2013 os times brasileiros que conseguem chegar à final do Mundial de Clubes FIFA, e alguns nem conseguiram, voltam para casa com a medalha de prata e sem o troféu.
Acostumemo-nos!
Com o Palmeiras não foi diferente, e a prática do autoengano não pode nos iludir.
O Palmeiras fez tudo o que podia, preparou-se muito bem, passou por cima do Al Ahly, o terceiro colocado, com a facilidade que o Chelsea não teve diante do Al Hilal, o quarto e goleado pelos egípcios por 4 a 0, mas deixou de jogar para apenas se defender contra os londrinos.
A vitória por 2 a 1, só na prorrogação, do Chelsea, é um pouco mentirosa se levamos em conta o pênalti que Thiago Silva deu de presente aos compatriotas e a insistência em se defender e buscar uma bola vadia em ligação direta.
Verdade também que o pênalti que decretou o fim do sonho alviverde foi daqueles absurdos, porque Luan teria de cortar o braço para evitá-lo no chute à queima-roupa de Azpilicueta.
Fato é que estamos vivendo a volta do complexo de vira-lata quando olhamos para rivais europeus.
Basta ver os que vieram do banco inglês e os que vieram do brasileiro na decisão. A diferença é abissal.
E ou a SAF dá certo por aqui ou seguiremos assim, meros exportadores de pé de obra.
Torcer para o rival
Nós, jornalistas, gostamos de viajar por ideias desencontradas da realidade, como as de dizer que o clube X é o Brasil nisso ou naquilo. Não é e nunca foi, exceção feita em certos corações de quem está na imprensa por mais torcedor que seja.
Por exemplo: foi uma alegria inesquecível fazer a edição especial da "Placar" quando o Flamengo ganhou o título em 1981, bailando sobre o Liverpool.
Ou quando o Grêmio venceu, dois anos depois, os alemães do Hamburgo, e a revista estampou na capa a célebre frase do astronauta russo Iuri Gagarin, o primeiro ser humano a viajar pelo espaço: "A Terra é Azul".
Jornalistas torcem também pela notícia.
E o que seria mais notícia? O Palmeiras ganhar o título inédito ou seguir sem Mundial?
Além do mais, se a conquista alviverde da célebre Taça Rio de 1951 serviu para resgatar o amor-próprio do futebol brasileiro depois do trauma do Maracanazo, voltar a ter um clube campeão mundial, uma década depois da última vitória, e em ano de Copa do Mundo, seria ótimo sinal.
Diante de tudo isso e da decisão em Abu Dhabi, só resta dizer como Fernando Pessoa: "O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, na dor lida sentem bem, não as duas que ele teve, mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda gira, a entreter a razão, esse comboio de corda que se chama coração".
Decisão feminina
Então eis que as Mosqueteiras corintianas e gremistas farão a final da Supercopa do Brasil neste domingo (13), em Itaquera, às 10h30.
Sem nenhum preconceito contra as determinadas gurias gaúchas, melhor seria para a afirmação a cada dia maior do futebol feminino que fosse o Flamengo, num embate entre as duas maiores torcidas do país.
E as rubro-negras mereciam, tantos gols desperdiçaram no empate por 1 a 1 que as levou à derrota nos pênaltis.
O favoritismo é todo das alvinegras tamanha a segurança demonstrada a cada time que superam, como foram testemunhas as jogadoras do Real Brasília, derrotadas por 2 a 0.
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