Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Só o Chelsea sofreu para ir à final do Mundial

Se Palmeiras chegou à decisão tranquilamente, time londrino padeceu

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O Chelsea de hoje é mais estrelado do que o derrotado pelo Corinthians dez anos atrás, mas, como aquele, não tem o favoritismo do Liverpool contra o Flamengo, em 2019, ou o do Barcelona contra o Santos, ou dos mesmos Liverpool e Barcelona contra São Paulo e Inter, em 2005 e 2006, respectivamente. Ou o do Real Madrid contra o Grêmio, em 2017.

O Palmeiras passou pelos egípcios do Al Ahly sem sofrimento nenhum, além dos belos gols e belas atuações de Raphael Veiga e Dudu no categórico 2 a 0.

Saiu inteiro do jogo e ainda se deu ao luxo de poupar a dupla quando, sabiamente, Abel Ferreira percebeu que os árabes estavam batendo demais e os tirou 20 minutos antes de a partida terminar.

Já o Chelsea pareceu que repetiria a atuação alviverde ao fazer 1 a 0 com Lukaku no primeiro tempo, aos 31 minutos, oito minutos antes que o da abertura do placar pelos brasileiros, mas passou mal no segundo tempo, quando o os sauditas do Al Hilal tiveram cinco chances claras de gol e o goleiro espanhol da legião estrangeira londrina, Kepa Arrizabalaga Revuelta, fez pelo menos um milagre para evitar o empate.

Aliás, ele deveria imitar seu lendário compatriota Andoni Zubizarreta e usar o sobrenome porque, embora Kepa seja evidentemente mais fácil de falar, Arrizabalaga impõe muito mais respeito.

Fato é que o substituto do franco-senegalês Mendy, deixado no banco porque desgastado pela recém-conquistada Copa da África por Senegal, salvou a pátria do milionário Chelsea.

Mason Mount é perseguido por Yasser al-Shahrani na dura vitória do Chelsea sobre o Al Hilal - Giuseppe Cacace/AFP

Abel Ferreira deve ter gostado do que viu, se não para se imaginar favorito na decisão de sábado (12), no mínimo para se encher de confiança ao constatar in loco que o bicho não é tão feio.

Não custa relembrar coincidências com a conquista do arquirrival em 2012, a que tornou obsessão fazer da magnífica conquista da Copa Rio aquilo que não foi: se então o Chelsea tinha o brasileiro David Luiz na zaga, hoje tem Thiago Silva; como o belga Romelu Lukaku é atualmente sua maior estrela, dez anos atrás era o igualmente belga Eden Hazard; finalmente, a transmissão do Mundial é da Band, como em 2000, não da Globo, como foram todas as conquistas brasileiras anteriores e posteriores. E nunca mais.

Pode até não acontecer agora como nem Santos, nem Grêmio e nem Flamengo conseguiram antes e depois do Corinthians nos Mundiais FIFA, mas, no mínimo, dá para assegurar que os europeus não terão a facilidade que teve o Barcelona ao golear o Santos por 4 a 0.

O Palmeiras dá todos os sinais de estar mais preparado que o Chelsea e divide as perspectivas para a grande final.

ABI remoçada

A centenária Associação Brasileira de Imprensa terá eleição em abril e já tem candidaturas postas para presidência e vice.

Pela primeira vez em sua história de 113 anos, duas bravas jornalistas se apresentam: Cristina Serra, colunista desta Folha, e Helena Chagas, ex-ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social no governo Dilma Rousseff.

Uma janela aberta, lufada de ar fresco para dar continuidade, com renovação, ao marcante trabalho da atual gestão que recolocou a ABI ano cenário político nacional.

O presidente Pagê, democrata inatacável, abre mão de reeleição líquida e certa para dar lugar às duas lutadoras neste momento difícil do jornalismo brasileiro, fustigado por forças do obscurantismo e das notícias falsas.

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