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Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

Não procure o vírus fora de casa, nem do palácio

Reabertura não obriga consumidor a aderir a aglomerações e filas

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A reabertura do comércio e dos serviços em plena pandemia não obriga o consumidor a se aglomerar em lojas, bares, restaurantes, academias de ginástica e salões de beleza.

Não somente os seres humanos, mas até os chamados animais irracionais, têm instinto de sobrevivência. As centenas de mortes diárias provocadas pela Covid-19 deveriam indicar claramente aos brasileiros que ainda é muito cedo para retomar suas atividades fora de casa, exceto para quem tiver de fazer isso por obrigação profissional.

O coronavírus não respeita nem mesmo quem não acredita nele. Tanto que, nesta terça-feira (7/7), o presidente Jair Bolsonaro anunciou ter testado positivo para a Covid-19.

Por que correr risco em um supermercado ou shopping, se as compras podem ser feitas por aplicativos, mensagens ou até mesmo pelo telefone? Quem nos obriga a tomar um chope no bar, se é possível beber uma cerveja gelada ou um vinho em casa?

O fato de a saída da quarentena estar vinculada à disponibilidade de leitos hospitalares e de UTI não significa que estejamos imunes à Covid. Não faz com que os sintomas da doença se tornem mais leves, nem que um percentual dos doentes não morra, lamentavelmente.

Então, sinceramente, não consigo compreender porque alguns continuam teimando em não usar máscara, e não façam qualquer esforço para manter o distanciamento social.

Entendo perfeitamente a aflição dos empreendedores, muitos deles microempresários, que tiveram de fechar as portas de seus estabelecimentos de março até agora. Até porque os diversos anúncios de crédito para reduzir suas dificuldades financeiras não se tornaram realidade.

Mas lotar praias e bares –como ocorreu recentemente, por exemplo, no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro– é valorizar muito pouco a própria vida e a dos outros. Formar filas antes da abertura de lojas e shoppings equivale a procurar o coronavírus, que, como se sabe, adora multidões.

Isso lembra as festas de universitários em que a aposta é quem pegará primeiro a Covid-19. Sim, isso existe. Elas são chamadas de “Covid Parties” (festas da Covid), e têm ocorrido no Alabama, Estados Unidos.

Não sei se essa ideia infeliz já chegou ao Brasil. Mas a forma como milhares, talvez milhões, de pessoas lidam com o risco de contágio, inclusive o governo federal, fez com que tivéssemos, nesta terça-feira (7 de julho), 12,4% dos óbitos mundiais pela pandemia. O detalhe é que representamos somente 2,8% da população mundial.

Não é hora de procurar os vírus fora de casa, nem do palácio.

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