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Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Economia prateada merece mais do que robôs e manuais ruins

Pessoas com 60 anos ou mais têm dificuldades com novas tecnologias

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Abreviar o tempo despendido para solucionar problemas simples por meio de mensagens instantâneas do WhatsApp é muito prático. Mas quando se trata de um equipamento que não funciona, como ocorreu com uma impressora que comprei, é irritante passar por robôs, que transmitem orientações para testes, e depois por atendentes que sugerem várias possibilidades. Esse descaso é pior frente à economia prateada (referência aos cabelos brancos das pessoas com mais de 50 anos), que movimenta R$ 2 trilhões por ano no Brasil, segundo a consultoria Data8.

Esse atendimento, a propósito, deveria começar na própria loja, durante a compra. Excetuando-se os profissionais de TI (tecnologia da informação) e alguns jovens que têm muita familiaridade com equipamentos e dispositivos eletrônicos, não é fácil para os consumidores escolherem um computador, um notebook, uma impressora, um nobreak, um smartphone e itens semelhantes. Nós, clientes sêniores, ao comprar, precisamos de ajuda que vão muito além das características técnicas, preço, frete e condições de pagamento.

Kasuko Saito, 85 anos, durante curso de utilização de computadores para a terceira idade, no Parque Villa Lobos - Gustavo Lacerda/Folhapress


É cada vez mais comum que essas compras sejam feitas em lojas virtuais. Especialmente nesses casos deve haver orientação para o consumidor –simples e objetiva, sem jargão tecnológico. Além do produto e de suas características, enfatizo, é necessário explicar, por exemplo, para qual uso aquele equipamento é mais indicado.

Por mais que as compras sejam virtuais, o consumidor deve contar com uma loja presencial para solucionar problemas mais complexos, como o de um equipamento que não funciona bem. Não se pode resolver tudo por meio de um robô ou de um atendente remoto.

Devido à mudança do perfil etário da população, com muito mais pessoas com idade a partir de 50 ou 60 anos, os manuais também terão de mudar. Para começar, ser feitos com letras e números bem maiores, para facilitar a leitura. Traduções malfeitas de catálogos internacionais, em português de péssima qualidade, não deveriam ser aceitas como manuais.

As explicações sobre instalação, conexões e como iniciar a usar o equipamento, teriam de melhorar muito. Pelo menos, a fim de que consumidor pudesse recorrer a atendimento telefônico para auxílio na instalação ou se houvesse algum problema. Chega de robôs espertinhos e limitadíssimos!

Muitas vezes, para solucionar dificuldades com computadores e periféricos (teclado, mouse, scanner, monitor, projetor, impressora etc.), somos obrigados a recorrer a vídeos no YouTube. São muito melhores do que os tais manuais e instruções de má qualidade que recebemos dos fabricantes de equipamentos tecnológicos.

Canal no Youtube ensina como conectar o computador ao Wifi - Reprodução

Por que não fazer vídeos assim, com linguagem e dicas compreensíveis, e colocar nos sites das lojas e dos fabricantes, divididos por linhas de produto? Transferir para o consumidor a responsabilidade de montar e de fazer funcionar equipamentos sofisticados não é correto. As empresas não entenderam, ainda, que estamos vivendo muito mais, e que gostaríamos de, neste tempo adicional, ter mais qualidade de vida.

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