Não é Jair Bolsonaro quem sai menor da Cúpula de Líderes do G20, é o Brasil. Entendo que haja algum regozijo em ver as cenas de humilhação e desdém, as quais tiveram como protagonista o sujeito que ocupa sem nenhum mérito o cargo mais importante da nação. Mas, como cidadã, senti o desprezo da comunidade internacional atravessar o oceano e chegar até aqui.

Foi difícil digerir o fracasso de Bolsonaro, embora ele mereça o pior, porque como chefe de Estado o seu fiasco é também de todos nós. Três anos depois, algumas viagens oficiais para fora do país, encontros com presidentes, primeiros-ministros e reis e o presidente não aprendeu nada sobre o cargo que ocupa e as responsabilidades que tem.

Ele demonstra que ainda é o mesmo cara apavorado que fez um discurso relâmpago no Fórum Econômico de Davos, em 2019, e comeu no bandejão pela total falta de traquejo político. A diferença é que agora ele parece não fazer a menor questão em disfarçar que não tem desenvoltura e muito menos interesse nesses encontros. E dane-se o país.

Nós nos acostumamos a não ter presidente. Nada acontece no Brasil, e talvez seja melhor assim, porque a marca deste governo, quando resolve fazer alguma coisa, é destruição. Mas uma coisa é aguentar o show diário de asneiras no cercadinho da Alvorada, é lamentar as atrocidades, o desmanche de tudo o que foi construído desde a redemocratização. Outra é ver noticiado em inglês, alemão e japonês o isolamento conquistado por Bolsonaro com tanto empenho em uma das festinhas mais concorridas das relações exteriores.

Desde que me conheço por gente não me lembro de ter testemunhado nada que expusesse o país ao vexame mais do que a passagem da comitiva brasileira pela Itália. Jair Bolsonaro deixou o Brasil com a bunda na janela pro mundo passar a mão nela, enquanto ele brincava de homem simplão, hospedado na Piazza Navona.