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Descrição de chapéu Todas aborto

Angélica e a defesa do aborto

Apresentadora pode ter plantado mais uma sementinha pela empatia nesse debate

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A apresentadora Angélica não usou meias palavras para defender que é da mulher a decisão de levar uma gravidez adiante ou não. Sua resposta no programa Roda Viva, da TV Cultura, foi clara. "Eu sou a favor da mulher ter escolha (sobre) seu corpo, ela tem que poder decidir sobre isso. Eu não tenho dúvidas que sim. A quantidade de meninas que deixam de estudar, que param de trabalhar e por situações extremas, como de estupro."

Não foi pouco. Fez em um minuto mais pelo feminismo e pelas mulheres do que muitas personalidades e políticos que sequer tocam num assunto que aproxima os extremos do espectro político pela rejeição: a legalização do aborto.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Democracia (IDDC-INCT), divulgada em setembro, mostrou que 90% dos que votaram em Bolsonaro são contra a descriminalização, assim como 77% dos apoiadores de Lula. O que confirma o Brasil como uma sociedade extremamente enraizada em conceitos punitivistas, alheia à realidade das maiores vítimas, negras e pobres.

Angélica, que passou a se enxergar feminista depois do nascimento da filha, dá visibilidade a um problema social que sempre cai no esquecimento, às falhas na legislação que rege os direitos produtivos e que ainda não impedem o Estado de processar, julgar, aprisionar mulheres. Chama atenção para uma estrutura misógina de opressão que trata como crime algo que deveria ser abraçado como questão de saúde.

Sem seguir os manuais imaginários do ativismo, a apresentadora conseguiu pautar o assunto nas redes sociais, surpreendeu seguidores pelo seu posicionamento, atraiu os raivosos de sempre, mas pode ter plantado mais uma sementinha para que o debate necessário ganhe um pouco mais de empatia. Talvez sua fala converse com pessoas que ainda não entenderam que ninguém é a favor do aborto, mas de políticas públicas que garantam escolha e dignidade às mulheres.

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