Siga a folha

Jornalista e roteirista de TV.

Lula deixou Maduro se criar

Seria bom que assumisse de vez que avaliou mal o governo do país vizinho

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Lula vai precisar de muito mais do que "chá de camomila" para se posicionar sobre a situação na Venezuela. Seria bom que assumisse de vez que avaliou mal o governo de Nicolás Maduro e de que o país vizinho não é "vítima de narrativa de uma antidemocracia e autoritarismo". Para começar, reconhecer que o venezuelano é protagonista dessa crise, que as eleições foram fraudadas, que o nome do que acontece no momento é golpe de Estado.

É bom lembrar que Lula recebeu o venezuelano, que não pisava no Brasil desde a posse de Dilma. Pouco mais de um ano depois de ter assumido a Presidência, de ter enfrentado uma quase tentativa de golpe, o presidente brasileiro estendeu o tapete vermelho a um ditador, contrariando um movimento de parte da esquerda da América Latina que passou a condenar a ditadura.

O presidente Lula com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante visita ao Palácio do Planalto, em maio de 2023 - Folhapress

Um encontro bilateral antecipado foi arranjado durante reunião de líderes sul-americanos, o que foi lido como desfeita por outros convidados, exatamente pelo status que Maduro tem na região. Mas Lula insistiu em ignorar as acusações feitas pela Anistia Internacional, Humans Rights Watch e ONU, que denunciam a violência estatal usada pelo ditador para se manter no poder, por meio de sequestros, prisões, estupros e execuções de opositores, civis, sindicalistas e jornalistas.

No encontro com Maduro, além da puxação de saco e das baboseiras sobre as sanções econômicas impostas ao país, Lula disse que cabia a ele construir a sua "narrativa" e que "os nossos adversários terão que pedir desculpas pelo estrago que fizeram à Venezuela". A narrativa está aí, cai quem quer. O PT, por exemplo, que em nota disse que o processo eleitoral foi "pacífico e democrático". Contrariando as projeções, Maduro diz que venceu as eleições, mandou prender opositores, já são pelo menos seis mortos nos protestos. Lula deveria estar muito "assustado" e ser ele a se desculpar por ter deixado um ditador se criar no nosso quintal.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas