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É jornalista e vive em Londres. Cobriu seis Olimpíadas, Copa e Champions. Mestre e professora de jornalismo esportivo na St Mary’s University

Descrição de chapéu Europa eurocopa

Ômicron abala eventos esportivos, e não vacinados serão cada vez mais excluídos

O começo de 2022 não deve ser fácil

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Se alguém te disser que sabe com certeza como estará o mundo em 2022, seja com uma visão muito otimista ou pessimista demais, desconfie. A pandemia nos ensinou que não temos controle sobre nada e, ao mesmo tempo em que doses de reforço da vacina contra o coronavírus chegam aos braços de muitos ao redor do mundo e pensamos que nossas vidas finalmente voltarão ao normal, uma nova variante nos mostra a dura realidade. Não dá para cravar como vai ser o novo ano. O esporte segue o mesmo caminho. Mas podemos, sim, ter uma ideia.

O começo de 2022 não deve ser fácil. Na Europa, a discussão sobre partidas sem público e suspensão de campeonatos segue forte. Há duas semanas, contei na coluna como o Reino Unido se aproximava de assustadores 100 mil casos diários. Agora, o número chega perto de 200 mil e a ômicron é dominante no país. A Premier League segue com partidas adiadas e surtos de Covid-19 nos clubes – Steven Gerrard, do Aston Villa, Patrick Vieira, do Crystal Palace, e Mikel Arteta, do Arsenal, estão entre treinadores que testaram positivo recentemente.

Local de checagem dos torcedores na entrada do Etihad Stadium, no Reino Unido - Carl Recine - 26.dez.2021/Action Images via Reuters

O passaporte de vacinação para torcedores virou obrigatório na Inglaterra. No debate sobre formas de lidar com o vírus, Pep Guardiola, técnico do Manchester City, defendeu o uso de máscaras em qualquer espaço público do país – ao ar livre nunca foi obrigatório. O País de Gales foi mais rígido e todos os eventos esportivos estão sendo disputados com portões fechados.

Algo é certo: os não imunizados, atletas ou espectadores, serão cada vez mais excluídos do esporte. O Aberto de Tênis da Austrália que começa em janeiro exigirá comprovante de vacinação. E os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, a partir de 4 de fevereiro, serão um dos mais restritos da história.

Quem não estiver vacinado com duas doses vai encarar uma quarentena de 21 dias ao entrar na China e, mesmo os que já tomaram, farão testes diários. Todos ficarão em uma bolha com movimentos limitados. Espectadores estrangeiros estão proibidos. Os locais poderão bater palmas, sem gritar, para não espalharem gotículas de saliva.

Mas o ano tem um lado animador. Será movimentado para os esportes olímpicos em um ciclo mais curto de preparação para os Jogos de Paris de 2024. Os principais campeonatos mundiais estão confirmados, como o de atletismo nos Estados Unidos, os de vôlei masculino na Rússia e feminino na Polônia e Holanda e o de Ginástica Artística em Liverpool, na Inglaterra.

O Reino Unido, aliás, sonha alto. Em 2022, também vai sediar os Jogos da Comunidade Britânica, a Eurocopa feminina, além dos torneios tradicionais como o de tênis de Wimbledon. Há a expectativa do anúncio de uma possível candidatura conjunta com a Irlanda para receber a Copa do Mundo de 2030 ou a Eurocopa em 2028 ou 2032. Bom para o esporte e para a economia. Um estudo recente prevê que sediar grandes eventos esportivos nos próximos anos pode gerar aos britânicos o equivalente a R$ 28 bilhões em comércio, investimentos e "soft power" – algo extremamente importante no pós-Brexit.

Até 2024 o pesadelo vai ter acabado? Os organizadores de Paris 2024 esperam que sim. Prometem uma olimpíada com festa, público, sem restrições. Mas anunciaram que têm um plano B caso a pandemia ainda esteja entre nós. Otimismo com cautela parece ser a receita para o ano que se inicia. Que seja um 2022 com esporte e saúde para todos.

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