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Belo dá bolo e drag recomenda educação a Bolsonaro em desfile em SP

Presença do cantor de pagode era esperada na concentração da Império de Casa Verde

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A presença do cantor de pagode Belo era esperada na concentração da Império de Casa Verde por volta das 3h da manhã de sábado (22). Houve quem dissesse que ele estaria na comissão de frente. Outros informavam que o artista cantaria o samba-enredo junto com os músicos do carro de som. E tinha até quem afirmava aos jornalistas que não poderia revelar a posição do artista por questão de segurança.

Mas a participação do pagodeiro no desfile da Império, confirmada em dezembro do ano passado, havia sido cancelada. Naquela noite, ele estava no Rio, onde se apresentou em um camarote na Sapucaí.

Uma das atrações da madrugada de sábado (22) na avenida foi a drag Queen brasileira Catherrine Leclery, 49, radicada há 27 anos na Alemanha.

Andando para o Anhembi tendo numa mala o vestido de 12 quilos com o qual desfilaria pela escola Tom Maior, ela refletia sobre os modos do presidente Jair Bolsonaro. 

“Escuto muito a respeito desse senhor [Bolsonaro]. Ele é tipo uma bomba: fala o que quer. Um pouquinho de educação e diplomacia para ele não seria nada mal”, dizia. “Eu sinceramente não acredito que ele seja uma pessoa ruim. É só mal administrado”, emendava.

Catherrine foi destaque em um carro da escola que homenageou a vereadora morta Marielle Franco. “Ela [Marielle] foi uma mulher muito forte que estava falando a verdade. Um dos grandes problemas do Brasil é quando o povo começa a falar a verdade porque tem uma linha do ‘vamos apagar’ [o que está sendo dito]”, afirmava a drag. 

A Mancha Verde levou para a avenida o pequeno Nickollas, 13, e sua mãe, Silvia Grecco, 57, que narra os jogos do Palmeiras para o filho cego e que recebeu o prêmio Fan Award 2019, da Fifa.

Em cima do quinto carro alegórico da escola, Nickollas mantinha o braço entrelaçado ao da mãe. “Ele nem dormiu direito querendo que chegasse logo”, contava Silvia. O desfile da escola começaria com quase uma hora de atraso após um incidente com a Dragões da Real. Nesse meio tempo, ela descrevia para Nickollas a movimentação ao redor. 

“Aqui tem várias caveiras”, dizia, ao se referir ao carro alegórico posicionado à direita da dupla. “Ele é todo preto e tem as pessoas pintadas de roxo. É o carro da morte”. 

Após serem reconhecidos mundialmente, Silvia Grecco diz que tem conseguido levar a mais pessoas discussões sobre inclusão e combate ao preconceito. “Eu falo pra ele: ‘Filho, você quer parar? Está cansado?’. E ele responde: ‘Não, quero continuar com a nossa luta’.” Às 3h52, eles entraram na avenida.

com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO

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