Siga a folha

Descrição de chapéu Coronavírus

Hospitais privados de SP seguem em colapso, com falta de oxigênio e kit intubação, revela pesquisa

Segundo sindicato dos hospitais privados, há locais em que o estoque não dura nem uma semana, mesmo depois da queda das internações por Covid-19

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A desaceleração das internações de pacientes com Covid-19 que se seguiu a medidas mais duras de isolamento social em SP não evitou que os hospitais do estado permanecessem em uma situação de colapso.

Segundo o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de SP (SindHosp), 98% das instituições hospitalares têm estoques de medicamentos do kit Intubação para menos de um mês de atendimento.

Deste total, 5% têm estoques para menos de uma semana; 32%, para apenas uma semana; 7%, para dez dias; 28%, para 15 dias; e 26%, para até um mês.

A situação em relação ao oxigênio segue crítica também.

Apenas 11% dos hospitais têm estoques para mais de um mês. Outros 89% têm oxigênio para um tempo menor, sendo que 22% deles não têm estoque sequer para uma semana; 5% têm estoque para uma semana; 30%, para apenas dez dias; 4% para até 15 dias e 28% para até um mês.

As instituições enfrentam ainda problemas graves de falta de profissionais de saúde e de médicos.

Dos 98 hospitais que responderam à pesquisa, e que têm 9.338 leitos clínicos e 4.242 leitos de UTIs, 54% dizem que faltam profissionais de saúde em seu atendimento, e 53% afirmam que faltam médicos.

O SindHosp representa 400 hospitais privados do estado de SP.

O presidente da entidade, Francisco Balestrin, diz que há uma preocupação grande com as notícias de que faltam vacinas e que a imunização das pessoas segue em ritmo lento, no estado e no país.

Especialistas têm alertado para o perigo de uma terceira onda, ainda mais violenta e letal, no país.

Ele afirma que houve uma descompressão no ritmo de internações por conta da diminuição da circulação de pessoas, no mês passado. Mas a volta das atividades, combinada com a falta de imunizantes e a situação crítica dos hospitais, pode ser uma combinação explosiva.

"Com menos vacinas, haverá mais demora para vacinarmos toda a população. E nossos hospitais continuam no limite e sem condições de receber mais pacientes. Precisamos de tempo para reorganizar o sistema de saúde, repor estoques e organizar a mão de obra", diz ele, por meio de nota.

A pesquisa do SindHosp mostra que 79% dos hospitais estão com ocupação de UTIs acima de 80%. E 33% dizem que ela está entre 91% e 100%, sendo que 4% têm fila de espera.

A situação é grave, mas as medidas de isolamento decretadas pelo governo de SP no mês passado trouxeram alívio: apenas 17% dos hospitais informam que houve aumento de internações de pacientes com Covid-19 nos últimos dez dias.

Na pesquisa anterior, divulgada em 10 de abril, 65% dos hospitais relatavam aumento. Em 26 de março, 99% dos hospitais relatavam crescimento das internações.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas