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Descrição de chapéu Tragédia em Capitólio

Tragédia em Capitólio era imprevisível, diz prefeito de associação regional

Acidente foi 'desastre natural' e exigirá apoio ao turismo, segundo presidente de entidade da região de Furnas

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A tragédia em Capitólio (MG) que deixou dez mortos no sábado (8) "não era algo previsível" e, por isso, não é hora de ficar "procurando culpados", segundo o presidente da Alago (Associação dos Municípios do Lago de Furnas) e prefeito de Cristais (MG), Djalma Carvalho (DEM).

Sequência de fotos mostra rochas da parede do cânion se desprendendo e caindo sobre lanchas no lago de Furnas, em Capitólio (MG) - 8.jan.2022/Reprodução

O chefe da entidade, que emitiu nesta segunda-feira (10) uma nota em que a Alago se diz "perplexa e consternada" diante do acidente, afirmou à coluna que o turismo na região precisará de apoio dos governos estadual e federal para se recuperar após o acidente.

Reportagem da Folha mostrou que a responsabilidade por monitorar áreas com risco de desastres, como o que ocorreu na área do paredão do cânion, é da prefeitura, de acordo com a legislação nacional vigente. Para Carvalho, no entanto, qualquer julgamento é precipitado.

"Não consigo entender que haja um culpado. Para mim, foi o que chamamos de um desastre natural. Eu mesmo transitei debaixo daquela pedra várias vezes sem perceber o perigo que rondava aquele ponto", disse o prefeito de Cristais, cidade a 132 km de Capitólio.

"Há uma busca de culpados, mas entendemos o ocorrido neste momento como um acidente natural que aconteceu. 'Ah, tinha uma fenda lá?' Mas ninguém pensava que aconteceria o que aconteceu, considerada a rigidez da rocha. Estamos na fase de tentar compreender o acontecido", completou.

A nota divulgada pela Alago afirma que a organização, que reúne 52 municípios da região do balneário turístico, pede "a Deus que acolha aqueles a quem chamou para o seu reino e que amenize a dor imensa no coração dos parentes que aqui ficaram".

Segundo Carvalho, as consequências do acidente prejudicam ainda mais o turismo na região, já afetado pelo baixo nível das águas em meses recentes, alvo de queixas dos prefeitos das redondezas.

"Além da perda de vidas, a gente sabe que o local é maravilhoso, dos mais bonitos do país, e perde praticamente todo o seu encanto [a partir de agora], por inspirar medo e até afastamento das pessoas", diz o líder da associação. Capitólio chega a receber até 30 mil visitantes em feriados.

A prioridade agora será encontrar "uma forma eficiente de fiscalizar" e "garantir a segurança que é requerida". De acordo com ele, a Alago pedirá ao governador Romeu Zema (Novo) apoio na reestruturação das atividades na área e auxílio na interlocução com o governo Jair Bolsonaro (PL).

"Precisamos dar às pessoas a certeza de que o turismo na região do lago é seguro, dentro das especificidades desse tipo de ambiente. Temos certeza de que o turismo é uma das atividades mais importantes em uma região onde tem lago, montanha, culinária", afirmou Carvalho.

O prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva (PP), disse à Folha que estudos geológicos na área dos cânions descartavam o risco de desprendimento de placas. Segundo ele, a Defesa Civil não fiscalizava o local porque nunca houve descolamento de blocos inteiros, apenas de pedras isoladas.

A característica intrínseca das rochas que formam os cânions de Capitólio, no entanto, torna as paredes mais suscetíveis ao chamado "desplacamento", fenômeno como o que ocorreu no acidente. As rochas demandam cautela porque sofreram pressão e fraturas ao longo de milhares de anos.

com JOELMIR TAVARES (interino), LÍGIA MESQUITA, BIANKA VIEIRA e MANOELLA SMITH

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