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Coletivo Judias e Judeus pela Democracia pede que governo Lula atue por palestinos e israelenses

Grupo diz que 'extremistas e autoritários que se beneficiam dessa guerra' são os reais adversários

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O coletivo Judias e Judeus pela Democracia SP elaborou uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e diversos ministros de Estado e autoridades brasileiras em que pede que o país atue pelo fim da guerra entre israelenses e palestinos e medie uma solução para o estabelecimento da paz.

O grupo lembra que o Brasil atualmente preside, de forma temporária, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e solicita que o governo Lula empreenda esforços para evitar a escalada da violência, de modo a garantir a segurança de civis palestinos e a libertação de reféns israelenses.

O presidente Lula discursa na 78ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, nos EUA - Mike Segar - 19.set.2023/Reuters

"Rejeitamos profundamente qualquer tentativa de relativizar ou justificar o assassinato de civis inocentes, seja nos atentados terroristas realizados pelo Hamas, seja em reações que violem convenções e tratados internacionais aplicadas pelo governo de Israel, liderado por uma coalizão de extremistas", diz o coletivo.

"Os recentes atos de júbilo pela morte de crianças e idosos, estupros e sequestros de inocentes só mostram que o antissemitismo continua vivo", afirma ainda o Judias e Judeus pela Democracia SP.

Na carta, o grupo critica o governo de Binyamin Netanyahu, premiê israelense, que chama de "ultranacionalista e radical", e defende tanto o reconhecimento da existência do Estado de Israel quanto a criação do Estado da Palestina.

"A verdadeira disputa não deve ser entre israelenses e palestinos, mas entre aqueles abertos à construção de soluções conjuntas e compartilhadas e aqueles que buscam a aniquilação do outro e a imposição unilateral de vontades. Que o governo brasileiro e a comunidade internacional se unam aos primeiros", afirma a carta.

O coletivo ainda pede que o governo Lula sinalize à sociedade brasileira que os verdadeiros adversários não são israelenses ou palestinos, "mas os extremistas e autoritários que se beneficiam dessa guerra".

Além de Lula, a carta é endereçada aos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, ao assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, e a deputados e senadores.

Leia, abaixo, a íntegra da carta:

"O coletivo Judias e Judeus pela Democracia SP vem, por meio desta carta aberta, instar o governo brasileiro, na condição de presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, a empenhar todos os esforços pelo fim da guerra entre israelenses e palestinos e a retomada de caminhos para a construção de uma paz duradoura, baseada na autodeterminação de ambos os povos. Tal pedido pode soar ingênuo em um momento de grave crise, mas não podemos deixar de reafirmar esse compromisso enquanto horizonte de ação.

Rejeitamos profundamente qualquer tentativa de relativizar ou justificar o assassinato de civis inocentes, seja nos atentados terroristas realizados pelo Hamas, seja em reações que violem convenções e tratados internacionais aplicadas pelo governo de Israel, liderado por uma coalizão de extremistas. Os recentes atos de júbilo pela morte de crianças e idosos, estupros e sequestros de inocentes só mostram que o antissemitismo continua vivo.

Também sabemos que o atual governo de Israel, de caráter ultranacionalista e radical, tornou insustentável a situação do povo palestino, que luta há 75 anos pelo direito à sua autodeterminação, ao seu Estado Soberano. A desumanização do outro, expressa, no caso, por meio do antissemitismo e da
islamofobia, só serve aos radicais de ambos os lados. Apenas o reconhecimento da existência do Estado de Israel e a criação do Estado da Palestina, soberano e viável, com fronteiras internacionalmente reconhecidas, irá encerrar esse ciclo de dor, miséria e ódio. A verdadeira disputa não deve ser entre israelenses e palestinos, mas entre aqueles abertos à construção de soluções conjuntas e compartilhadas e aqueles que buscam a aniquilação do outro e a imposição unilateral de vontades. Que o governo brasileiro e a comunidade internacional se unam aos primeiros.

Pedimos, portanto, ao governo brasileiro:

1) O esforço de evitar a escalada da violência, garantindo a segurança dos civis palestinos e a libertação dos reféns israelenses.

2) A urgente retomada de um esforço internacional para negociações de paz, que garantam a existência segura do Estado de Israel e a determinação do Estado da Palestina.

3) A sinalização interna à sociedade civil brasileira de que os verdadeiros adversários nesse conflito não são israelenses ou palestinos, mas os extremistas e autoritários que se beneficiam dessa guerra."


DIÁLOGOS

O arqueólogo Eduardo Neves mediou um bate-papo entre o ministro Fazenda, Fernando Haddad, e o arqueólogo britânico David Wengrow, na terça (10), no Sesc Avenida Paulista, em São Paulo. No encontro, eles conversaram sobre a obra mais recente do petista, "O Terceiro Excluído: Contribuição para Uma Antropologia Dialética", e o best-seller do estrangeiro sobre a história da humanidade, "O Despertar de Tudo". A documentarista Tatiana Toffoli também passou por lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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