O ator e escritor Gregorio Duvivier diz nunca ter se sentido ofendido por ser chamado de maconheiro. "Tem tantos ídolos maconheiros, de Bob Dylan a Bob Marley. Nunca achei esse estigma negativo, e me põe na companhia de gente que eu admiro muito", afirma ele.

A declaração foi dada à revista digital Breeza, que é dedicada à cultura canábica, e será divulgada na íntegra na quinta (6). "Quando me xingam de maconheiro, acho um erro estratégico tão grave. Eu faço coisas tão piores do que fumar maconha [risos]."

Além da maconha, Duvivier diz também usar LSD e a psilocibina (princípio ativo dos cogumelos ditos "mágicos").

Na entrevista, ele criticou a política de drogas no Brasil que, em sua visão, é uma "maneira muito eficiente de prender gente pobre e preta para desmantelar as famílias".

"É curioso que os defensores da família não falem sobre isso. O maior destruidor da família brasileira é o encarceramento em massa, que destruiu pelo menos 500 mil famílias até o momento."

Na visão de Duvivier, o papel dele e de outras pessoas que são privilegiadas é pressionar o governo para mudar essa política, além de falar sobre o assunto para desestigmatizar o tema. "Porque a gente votou no Lula [PT], a maioria da população maconheira certamente votou no Lula."

Em outro trecho, o ator conta que chegou a fumar maconha com a avó. Duvivier relata que ela descobriu a cannabis aos 80 anos e morreu aos 93. "Era uma delícia esse programa de fumar maconha com a minha avó. Ela fumava um e ia para a praia, mergulhava, tinha uma vida bem gostosa."

TECLA

O maestro João Carlos Martins e o jornalista Jamil Chade receberam convidados para o concerto de lançamento da biografia "O Indomável: João Carlos Martins entre Som e Silêncio", escrita por Chade. O evento foi realizado na Sala São Paulo, na região central da capital paulista, na noite de terça-feira (4). A produtora, diretora e atriz Carla Camurati esteve lá.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}