Siga a folha

Correspondente da Folha na Ásia

Ameaça ao jornalismo com prisão de Assange divide profissionais

'É a criminalização do jornalismo', diz Glenn Greenwald, do Intercept; 'Não há muito aqui que possa causar ansiedade aos jornalistas', diz analista da CNN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Imagem reproduzida de vídeo da AFP mostra Julian Assange sendo levado da polícia para ouvir sua sentença, em Londres - AFP

A divulgação pelo Departamento de Justiça dos EUA, do indiciamento até então confidencial de Julian Assange, do WikiLeaks, iniciou um debate entre jornalistas e advogados americanos via Twitter, sobre a acusação e o quanto ela ameaça a liberdade de imprensa.

O texto afirma, em parte, que Assange "encorajou [a fonte Chelsea] Manning a conseguir mais documentos para ele publicar", comentou o advogado e jornalista Glenn Greenwald, do site Intercept: "Jornalistas fazem isso com fontes constantemente. É a criminalização do jornalismo".

Mas a acusação principal é que ele ajudou a hackear, contrapôs Susan Hennessey, editora do site Lawfare e comentarista da CNN: "As acusações são as velhas e boas acusações da Lei de Fraude e Abuso de Computação [CFAA]. Não há muito aqui que possa causar ansiedade aos jornalistas".

Joseph Cox, do site Motherboard, da Vice, detalhou: "Isso é Assange tentando ajudar a invadir um sistema de computador confidencial. Não é jornalismo. Não é publicar. É uma atividade criminosa em potencial".

Por outro lado, Mathew Ingram, da Columbia Journalism Review, alertou: "Então o Departamento de Justiça diz que Assange ajudou Manning a quebrar uma senha. Questão crucial é o que significa 'ajudar'? Tentar adivinhar uma frase secreta? Isso também reforça como é perigosa a CFAA, por ser tão vaga".

Edward Snowden, ex-agente americano que, como fonte, revelou o escândalo posterior da Agência Nacional de Segurança, foi mais incisivo: "A fraqueza da acusação dos EUA contra Assange é chocante. A alegação de que ele tentou ajudar a decifrar uma senha (e fracassou?) é pública há quase uma década. É o caso que o Departamento de Justiça de Obama se recusou a denunciar, dizendo que ameaçava o jornalismo".

E Trevor Timm, diretor-executivo da organização Freedom of the Press: "A acusação parece bastante frágil. Assange supostamente concordou em ajudar a quebrar uma senha APÓS Manning dar ao WikiLeaks todos os documentos que eles publicaram. O Departamento de Justiça nem está alegando que isso resultou em alguma coisa".

Mais importante, "A seção 'Maneiras e meios de conspiração' [da acusação, reproduzida no tuíte abaixo] é inteiramente composta de condutas regulares de jornalistas".

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas