Correspondente da Folha na Ásia
Macron pressiona por Europa no meio, entre os EUA e a China
Economist prevê um 2020 de desaceleração global e política em febre: 'Prepare-se para um passeio selvagem'
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Le Monde e Süddeutsche Zeitung, entre outros veículos franceses e alemães, manchetaram ao longo da quinta o encontro entre o presidente Emmanuel Macron e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg —após a entrevista à Economist em que o primeiro decretou a “morte cerebral” da organização militar.
A Otan tem cúpula programada para a próxima semana, em Londres. O presidente francês se declarou satisfeito por ter “acordado” a organização com sua entrevista, enquanto Stoltenberg defendeu, especificamente, que o “diálogo com a Rússia precisa ser com uma só voz”.
Nos Estados Unidos, Wall Street Journal e outros enfatizaram o questionamento da França pela Alemanha: “Macron defende planos ousados para posicionar a União Europeia como uma força entre os EUA e a China. Mas o seu estilo disruptivo irritou a chanceler Angela Merkel”.
Já o South China Morning Post destacou, do encontro em Paris, o enunciado “China e Rússia não são nossos inimigos, diz Macron, que busca sacudir Otan”.
'GET READY FOR A WILD RIDE'
Zanny Minton Beddoes, editora-chefe da Economist, avisa na tradicional edição de previsões da revista, sobre o ano que vem: "Prepare-se para um passeio selvagem", com "desaceleração global e política em febre", em meio à campanha americana com Donald Trump no poder.
O NOVO MURO
O colunista Thomas Friedman, do New York Times, talvez a voz mais autorizada do establishment americano de política externa, escreve que “um novo muro, um Muro de Berlim digital, começou a ser erguido entre a China e os EUA” em 17 de maio, quando começou o cerco à Huawei pelo governo republicano, agora apoiado pelos democratas.
No título, diz que esta sim é “A notícia que abala o mundo”, não o reality show intermitente de Trump pelas manchetes. E sugere: “Precisamos fazer uma pausa e nos perguntar exatamente para onde estamos indo com toda essa guerra tecnológica/comercial com a China”.
CONTRA O JORNALISMO, DE NOVO
O primeiro-ministro Boris Johnson recusou um debate sobre mudança no clima no britânico Channel 4, foi substituído por um bloco de gelo derretendo e, via BuzzFeed e outros, ameaçou cassar a licença do canal.
Por outro lado, citando críticas da oposição à BBC por favorecimento a Johnson, diretores do Institute Reuters (Oxford) alertaram, em artigo no Washington Post, que o jornalismo será "o verdadeiro derrotado da eleição" no Reino Unido.
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