No título do balanço da cúpula Brics no Wall Street Journal, “Em meia-volta, Brasil aprofunda laços com a China”. Dizendo que “mudança de Jair Bolsonaro vem após decepções com EUA”, explicou:
“Neste ano, até outubro, o Brasil acumulou superávit comercial de US$ 21,5 bilhões com a China e déficit de US$ 1,1 bilhão com os EUA.”
Também para outros jornais ocidentais, como Le Monde, a “mudança de passo é evidente”, citando o que Bolsonaro falava da China na campanha e os “olhos doces” que dirigiu a Xi Jinping agora.
No alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, “Putin, Xi e Bolsonaro enfrentam Trump”. Sublinha que o grupo aprovou “série de posições contrárias aos EUA”, por exemplo, questionando protecionismo e reconhecendo mudança no clima.
Balanços de agências como Reuters e AFP foram na mesma linha. Para o analista Oliver Stuenkel, da FGV, a cúpula mostrou o Brics “mais alinhado e coeso que o G7”, cujo comunicado não conseguiu nem apoiar multilateralismo.
BOLSONARO & MODI
Em seu balanço, o indiano Hindu destacou que o Brics “rejeitou protecionismo” e, no segundo enunciado, “Conforme sua economia fraqueja, Brasil busca laços comerciais próximos com China e Índia”.
Os jornais indianos deram especial atenção ao convite do primeiro-ministro Modi a Bolsonaro para o Dia da República em Nova Delhi, em janeiro.
CORRIDA ARMAMENTISTA
Por veículos indianos como NDTV, durante a cúpula Brics o país e a Rússia acertaram detalhes para a entrega dos mísseis antiaéreos S-400, “em meio a ameaças dos EUA contra o negócio”.
Por turcos como o Hurriyet, o presidente Erdogan, após se reunir com Trump, também sob ameaças, reafirmou a aquisição do russo S-400.
E segundo a agência russa RIA Novosti agora é a Arábia Saudita que “está discutindo condições” para receber o S-400.
ATÉ EGITO E EMIRADOS
No WSJ, “EUA ameaçam Egito com sanções por acordo de armas russas”.
O que vem estimulando a demanda pelo sistema antiaéreo S-400 e agora também pelo jato russo Su-35, nos países muçulmanos, é que “existe um veto geral do Pentágono para a venda do novo jato F-35 no Oriente Médio, exceto Israel”, segundo o jornal. Os Emirados também tentaram comprar e foram rejeitados pelos EUA.
NYT VS. FOX NEWS
Enquanto Trump entrava na Fox News (acima) para responder em tempo real ao impeachment, o editor do New York Times, Dean Baquet, alertava num debate: "Imagine Watergate com a Fox News, seria muito diferente". Mas ele acrescentou:
"Com o tempo nós vencemos, nós, a imprensa livre, por seguir cavando, reportando."
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