Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá

Com Brics 'mais coeso que G7', Bolsonaro deixa Trump por Xi Jinping

'Neste ano, o Brasil acumulou superávit de US$ 21,5 bi com a China e déficit de US$ 1,1 bi com os EUA', explicou WSJ

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Xi Jinping e Jair Bolsonaro em encontro antes da cúpula Brics, em 13 de novembro - AFP

No título do balanço da cúpula Brics no Wall Street Journal, “Em meia-volta, Brasil aprofunda laços com a China”. Dizendo que “mudança de Jair Bolsonaro vem após decepções com EUA”, explicou:

“Neste ano, até outubro, o Brasil acumulou superávit comercial de US$ 21,5 bilhões com a China e déficit de US$ 1,1 bilhão com os EUA.”

Também para outros jornais ocidentais, como Le Monde, a “mudança de passo é evidente”, citando o que Bolsonaro falava da China na campanha e os “olhos doces” que dirigiu a Xi Jinping agora.

No alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, “Putin, Xi e Bolsonaro enfrentam Trump”. Sublinha que o grupo aprovou “série de posições contrárias aos EUA”, por exemplo, questionando protecionismo e reconhecendo mudança no clima.

Balanços de agências como Reuters e AFP foram na mesma linha. Para o analista Oliver Stuenkel, da FGV, a cúpula mostrou o Brics “mais alinhado e coeso que o G7”, cujo comunicado não conseguiu nem apoiar multilateralismo.

BOLSONARO & MODI

Em seu balanço, o indiano Hindu destacou que o Brics “rejeitou protecionismo” e, no segundo enunciado, “Conforme sua economia fraqueja, Brasil busca laços comerciais próximos com China e Índia”.

Os jornais indianos deram especial atenção ao convite do primeiro-ministro Modi a Bolsonaro para o Dia da República em Nova Delhi, em janeiro.

CORRIDA ARMAMENTISTA

Por veículos indianos como NDTV, durante a cúpula Brics o país e a Rússia acertaram detalhes para a entrega dos mísseis antiaéreos S-400, “em meio a ameaças dos EUA contra o negócio”.

Por turcos como o Hurriyet, o presidente Erdogan, após se reunir com Trump, também sob ameaças, reafirmou a aquisição do russo S-400.

E segundo a agência russa RIA Novosti agora é a Arábia Saudita que “está discutindo condições” para receber o S-400.

ATÉ EGITO E EMIRADOS

No WSJ, “EUA ameaçam Egito com sanções por acordo de armas russas”.

O que vem estimulando a demanda pelo sistema antiaéreo S-400 e agora também pelo jato russo Su-35, nos países muçulmanos, é que “existe um veto geral do Pentágono para a venda do novo jato F-35 no Oriente Médio, exceto Israel”, segundo o jornal. Os Emirados também tentaram comprar e foram rejeitados pelos EUA.

NYT VS. FOX NEWS

Enquanto Trump entrava na Fox News (acima) para responder em tempo real ao impeachment, o editor do New York Times, Dean Baquet, alertava num debate: "Imagine Watergate com a Fox News, seria muito diferente". Mas ele acrescentou:

"Com o tempo nós vencemos, nós, a imprensa livre, por seguir cavando, reportando."

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.