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Correspondente da Folha na Ásia

Descrição de chapéu Coronavírus

Cobertura externa se cansa de Bolsonaro, 'pior que Trump'

Atenção se volta para perda de poder do governo, com tabloides dos EUA à China noticiando o 'toque de recolher' do Comando Vermelho

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O novo pronunciamento de Jair Bolsonaro ecoa menos no exterior do que aparenta o alarme em mídia social. O tom das agências foi contido, evitando editorializar e buscando até ponderar o que falou. Elas se refletem nos veículos, sem cobertura própria.

Nos EUA, New York Times e outros se restringiram à americana Associated Press, "Bolsonaro diz novamente que a preocupação com o Coronavírus é exagerada", ou à anglo-canadense Reuters, "Na batalha do coronavírus, Bolsonaro quer priorizar empregos".

Na Europa, Le Monde e outros seguiram a France Presse, "Bolsonaro rejeita confinamento que ameaça arruinar o país". Financeiros como Wall Street Journal e Financial Times nem noticiaram. O Guardian inglês é cada vez mais caso isolado.

Na Argentina, Clarín e outros acompanham o vizinho de perto, mas ainda assim sem o destaque de antes, sublinhando apenas que Bolsonaro causou "novo panelaço".

Com a cobertura escassa, voltam à vida em mídia social brasileira as reações anteriores ao novo pronunciamento, caso do apresentador do argentino Revolución Popular Noticias que havia chamado Bolsonaro de "imbecil".

Entre as exceções mais substantivas estão análises que o alinham a Trump, como em newsletters desta quarta produzidas por Washington Post e, em breve menção, Economist. Mas também o paralelo começa a refluir, agora que Trump, ao que parece, desistiu do "vírus chinês".

E Bolsonaro se diferencia dele pelo discurso repetitivo e desbragado, mais para o radialista americano Rush Limbaugh, como apontou Tim Wu, professor da Universidade Columbia, de Nova York —que considera o brasileiro "pior que Trump".

PS 16h - O NYT entrou afinal com texto próprio, "Enquanto a América Latina se desliga para combater vírus, Brasil e México resistem", sem citar Bolsonaro até o segundo parágrafo e forçando paralelo com o líder mexicano —ainda que este, admite o jornal, "em menor grau".

LEI DA SELVA

A atenção maior, ainda que nos tabloides, é dada à crescente perda de poder do governo brasileiro, nem tanto para os governadores, ao menos até o momento, e mais para o crime organizado.

Vale tanto para o NY Post como para o Global Times de Pequim ou a plataforma de notícias Baijiabao, do Baidu, o gigante chinês de buscas, com títulos como "Lei da selva".

Os cartazes com o "toque de recolher" nas favelas, por parte do Comando Vermelho e do Bonde dos Malucos (imagem acima), se espalham.

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