Correspondente da Folha na Ásia
Trump fala em 'cortar toda relação' com China e 'economizar US$ 500 bi'
'Adeus, globalização', anuncia Economist, que aconselha atenção para o que vai ocupar o lugar
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Os três grandes jornais americanos não deram atenção à bravata, mas virou manchete no South China Morning Post, do grupo Alibaba, e no Global Times/Huanqiu, do PC chinês, com os enunciados, respectivamente:
"Trump ameaça 'cortar' os laços com a China; não quer falar com Xi" e "'Trump é louco' para ameaçar cortar os laços com a China?".
Foi numa entrevista do presidente americano ao programa "Mornings with Maria", do canal Fox Business. Ele falou coisas como "Nós podemos cortar toda a relação" comercial com a China, argumentando:
"Agora, o que aconteceria? Você economizaria US$ 500 bilhões se interrompesse todo o relacionamento".
A CHINA RESISTE?
A agência chinesa Xinhua noticiou que a entrada de investimento estrangeiro direto no país aumentou 11,8% em abril, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Já o econômico chinês Caixin destacou que "Trump e parlamentares como o senador Marco Rubio pressionaram" e o maior fundo de pensão dos funcionários públicos americanos anunciou que não vai mais investir US$ 40 bilhões numa carteira que incluía ações chinesas.
ADEUS, GLOBALIZAÇÃO
A nova Economist (acima) arrisca que, "após o colapso do Lehman em 2008" e "as guerras comerciais de Trump", a Covid-19, ao que parece, "matou a globalização" de vez.
Não é "universal", já que "as exportações da China vêm se segurando até aqui". Mas as sul-coreanas "caíram 46%" e Trump "acaba de instruir o maior fundo de pensão federal a parar de comprar ações chinesas". Em suma, encerra o editorial:
"Dê adeus à grande era da globalização --e se preocupe com o que vai ocupar o seu lugar."
O BRASIL NA GUERRA
Na manchete do Caixin, "Porcos da China devoram a soja do Brasil". Pequim passou a importar "três quartos das exportações" brasileiras da commodity, mesmo comprando cada vez mais soja dos EUA, sob pressão de Trump.
Além da desvalorização da moeda brasileira, que reduziu preços, o que aconteceu foi que a indústria chinesa de porcos finalmente "se recupera da peste suína africana".
TRÊS DA MANHÃ
Acima, anúncios de página inteira no Washington Post e nos jornais do grupo SPH, que publica oito em chinês e cinco em inglês em Singapura, agradecem aos distribuidores que se arriscam na pandemia.
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