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Correspondente da Folha na Ásia

Descrição de chapéu toda mídia

'Alto funcionário' quase levou Ocidente a nova guerra mundial

Associated Press, que noticiou ataque russo à Polônia, demite repórter, mas não revela fonte anônima do 'alarme falso'

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Uma semana atrás, na terça (15), a agência americana Associated Press despachou que "um alto funcionário da inteligência dos Estados Unidos", anônimo, "diz que mísseis russos atingiram a Polônia, membro da Otan, matando duas pessoas".

Não demorou e a agência Reuters, hoje anglo-americano-canadense, despachou que "Autoridade dos EUA diz que mísseis russos atingiram a Polônia, matando dois", dando por única fonte a própria AP.

Os enunciados se reproduziram em manchetes digitais mundo afora e também algumas manchetes impressas, sobretudo na Europa (acima, o londrino Telegraph), onde as edições de quarta-feira saíram pouco depois da informação da agência.

Só na manhã seguinte, após cúpula de emergência da Otan, Joe Biden veio a público falar que não era bem assim, que os relatos "preliminares" indicavam ser um míssil lançado da Ucrânia. A própria AP só foi trocar o despacho por correção ao longo da quarta.

E nesta segunda (21) a agência demitiu o repórter de segurança nacional, James LaPorta, como revelou o site Daily Beast. O Washington Post detalhou como o "alarme falso" foi disparado:

LaPorta enviou mensagem interna com a dica da fonte anônima; um editor perguntou se "precisamos de confirmação"; um segundo editor disse que "votaria" por noticiar: "não consigo imaginar que uma autoridade de inteligência dos EUA estaria errada sobre isso"; a fonte já teria sido usada noutras notícias.

Na repercussão do desfecho entre jornalistas, houve quem pedisse punição aos editores. Entre os poucos críticos de mídia de referência que restaram nos EUA, Jay Rosen, da New York University, cobrou da AP revelar a fonte ou pelo menos explicar por que não o faz.

‘WHAT THE HELL’

A revista Vanity Fair ouviu jornalistas anglo-americanos sobre os "dilemas morais" da cobertura da Copa no Qatar. "Nós, como veículo, temos a responsabilidade de cobrir o torneio de alto a baixo, não só o lado do futebol", opinou um repórter de futebol do americano The Athletic, usualmente mais voltado ao esporte, sem geopolítica.

E um colunista do inglês The Guardian disse que a "atmosfera carregada" torna impossível se restringir ao esporte. "Só existe uma pauta: O que diabos nós estamos fazendo aqui?"

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