Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Diretor diz que Anvisa nunca teve dúvida de que não participaria de audiência sobre vacinar crianças
Agência recusou convite para reunião promovida pelo governo Bolsonaro sobre vacinação infantil para Covid
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Diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Alex Machado Campos diz que a presença de um representante na audiência pública realizada pelo Ministério da Saúde para discutir a vacinação de crianças de 5 a 11 anos não foi sequer cogitada pelos membros da agência.
Segundo ele, o trabalho da Anvisa se encerra com a análise da solicitação de registro de um medicamento. "Defere-se ou não", afirma Campos ao Painel.
"Realizamos o nosso trabalho técnico com o rigor científico e diante do exame das evidências contidas nos dossiês e estudos clínicos que demonstram (ou não) a eficácia, a segurança e a qualidade de um produto", explica Campos.
"Esse trabalho é realizado tendo por parâmetro as melhoras práticas regulatórias mundiais. No campo da regulação, inclusive no contexto internacional, a nossa participação seria completamente desarrazoada, entendida como um movimento fora dos padrões", continua.
Segundo ele, não seria razoável que a Anvisa voltasse "a validar ou questionar um registro já concedido pela área técnica da agência (cuja equipe tem o reconhecimento da comunidade internacional) em uma arena de discussões públicas cujo debate vai além da regulação."
O diretor da Anvisa diz que os membros da agência não julgam o debate, que tem suas motivações.
"Mas não é o lugar institucional da agência reguladora. Por isso, desde o primeiro momento nunca houve dúvida de que não participaríamos", conclui Campos.
Realizada nesta terça-feira (4), a audiência contou com representantes do Ministério da Saúde, sociedades médicas especializadas e de secretários estaduais.
Também participaram da discussão os médicos Roberto Zeballos, Augusto Nasser e Roberta Lacerda, que têm posição contrária à imunização das crianças e defendem uso de medicamentos sem eficácia, como a hidroxicloroquina e a ivermectina.
Os três médicos foram ao debate como representantes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara, presidida por Bia Kicis (PSL-SP), aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL).
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