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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Meninas venezuelanas citadas por Bolsonaro passaram a semana sem ir à escola

Lideranças locais fazem esforço para evitar o assédio sobre as adolescentes

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Brasília

As meninas venezuelanas associadas por Jair Bolsonaro (PL) à prostituição passaram a última semana sem sair de casa, evitando até ir à escola, para serem preservadas do assédio ao qual foram submetidas após as declarações dadas pelo presidente a um podcast.

O relato é do deputado distrital Leandro Grass (PV-DF), que tem mantido contato com pessoas ligadas às meninas e representantes de órgãos públicos que acompanham o caso. Ele foi o primeiro a protocolar um pedido de investigação no Ministério Público a respeito da fala do presidente.

Segundo Grass, somente agora as garotas começaram a retomar a rotina, porque tem havido um esforço muito grande de lideranças locais e grupos de apoio não só para preservá-las, como também a família, e evitar que sejam ainda mais assediadas, principalmente por políticos.

Durante participação a um podcast nesta sexta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que “pintou um clima” entre ele e uma menina venezuelana de 14 anos. Credito Reproduçao - Reproduçao

No último dia 14, Bolsonaro associou o fato de as meninas estarem maquiadas em um sábado de manhã à prostituição. Ao relatar que as viu durante um passeio de moto, disse que havia "pintado um clima", o que gerou grande repercussão.

Na quinta-feira (20), a Rede Intersetorial de São Sebastião, formada por lideres da região, divulgou um documento pedindo providências.

Eles afirmam que a visita da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e da ex-ministra Damares Alves agravou a violação de direitos e promoveu a revitimização das adolescentes, "o que requer bastante firmeza e atuação enérgica dos órgãos de defesa de direitos em caráter de urgência".

No documento, classificam as declarações de Bolsonaro como graves porque "naturalizam o assédio, a estigmatização, a exploração sexual em nosso país" e porque ele sequer encaminhou para os órgãos competentes averiguarem a situação.

Eles pedem que o Ministério Público do Distrito Federal e Território adote as medidas para apurar eventuais responsabilizações, que seja disponibilizado serviço de apoio psicológico às adolescentes, adoção de medidas para preservar a imagem, a segurança e integridade física.

Na próxima segunda-feira, a Frente Parlamentar de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente lançará um manifesto pelo Fim da Violência, o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Brasil. Participam do ato, em São Paulo, o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e o Ponto Focal da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes

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