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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Ministras dizem já terem sido barradas no Palácio do Planalto

Em evento, Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão) associaram contratempo à cultura machista e discriminatória no país

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Brasília

As ministras Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão) disseram nesta quinta-feira (27) já terem sido barradas de entrar direto no Palácio do Planalto por seguranças que não as identificaram como integrantes da Esplanada, e atribuíram os episódios a uma reprodução das discriminações de gênero e raça que existem na sociedade brasileira.

As declarações foram dadas durante o lançamento do grupo de trabalho interministerial que vai elaborar um plano de enfrentamento ao assédio e à discriminação na administração pública federal.

Ministra da Gestão, Esther Dweck, durante entrevista à Folha em seu gabinete, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

"Eu sempre brinco: tem dia que eu chego no Palácio e os seguranças não me deixam entrar. Eles falam assim: 'não, a senhora entra por aquela porta ali'. Aí eu falo: 'olha, eu não tenho cara de ministra, não tenho tamanho de ministra nem me visto como ministra, mas eu sou ministra. Lamento'. Aí a Tatiane [não identificada] ou as meninas do corredor saem correndo 'ela é ministra, ela é ministra'", disse Cida. "Faz parte dos preconceitos e das discriminações."

A ministra disse ter dado o exemplo do que ocorre no Palácio, mas lembrou que o comportamento se reproduz em todos os lugares. "Inclusive no meu ministério. São questões que temos que estar atentas cotidianamente", disse.

"E aí eu sempre brinco, porque imagina a [ministra da Igualdade Racial] Anielle [Franco], negra, como deve ser difícil convencer todo mundo que ela é uma ministra. Ou o Silvio Almeida [ministro dos Direitos Humanos]."

Em sua fala, a ministra Esther Dweck também disse ter passado pelo mesmo problema "Quando a Cida falou aqui que ela é barrada no Palácio...eu sou barrada no Palácio, a Anielle é barrada no Palácio", disse. "E muitas vezes o servidor, o terceirizado que fica ali na segurança (...), a pessoa que está ali não tem nenhuma responsabilidade por estar tendo aquela reação, porque isso é fruto de uma cultura na sociedade brasileira de não imaginar determinadas pessoas em determinados espaços."

Ao final do evento, Esther demonstrou insatisfação por uma das integrantes da mesa do evento, Amanda Anderson, assessora de Participação Social e Diversidade do Ministério da Previdência Social, não ter tido falas.

Ela teria dito que, como única mulher transexual em cargos de assessoria ministerial, Amanda deveria ter discursado no evento de lançamento de um GT sobre discriminação.

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